A segunda etapa das inscrições para o preenchimento das vagas do Mais Médicos, deixadas pelos profissionais cubanos, reacendeu o debate sobre o programa de saúde básica desenvolvido pelo Governo Federal. Enquanto o Ministério da Saúde enfrenta dificuldades para cobrir os postos de trabalho deixados pelos médicos de Cuba, empregando apenas médicos brasileiros formados aqui no Brasil, médicos estrangeiros e brasileiros formados fora do país disputam as vagas ignoradas pelos formados em território nacional. .
Das 8.517 vagas deixadas pelos cubanos, 8.411 foram preenchidas por médicos brasileiros, embora 2.476 aprovados ainda não se apresentaram em seus respectivos postos de trabalho. Por conta disso, o Ministério da Saúde abriu um novo edital, convocando médicos estrangeiros e brasileiros que se formaram fora do país.
Em tese, o edital é para preencher as 106 vagas que ainda estão ociosas. Mas na prática, 10.205 médicos "estrangeiros" foram inscritos. Em números absolutos, o número de profissionais formados no exterior - brasileiros ou estrangeiros - supera o dos colegas graduados no Brasil, entre os inscritos no programa. A desproporção pode aumentar, caso se confirme a desistência de 2.476 formados no País inscritos na primeira fase, que até agora não se apresentaram nas cidades que escolheram.
Nesta quarta-feira (19), o Ministério da Saúde vai fazer um balanço para verificar o número de vagas que ainda não foram preenchidas. Nos dias 27 e 28 de dezembro, os médicos brasileiros formados no exterior escolhem os municípios que ainda possuem vagas disponíveis, as mesmas que foram desprezadas pelos profissionais brasileiros formados aqui no país.
Mesmo sendo os mais interessados no programa, os médicos estrangeiros ficarão com as vagas que sobrarem depois de todo esse processo. Somente nos dias 3 e 4 de janeiro é que os estrangeiros poderão escolher os municípios onde vão trabalhar. Até agora, os postos de trabalho mais desprezados são os localizados em distritos indígenas.