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Há 60 anos o Brasil conquistava sua primeira Copa

Feito histórico acabou com o "complexo de vira-latas" da Seleção Brasileira

Por André Luiz Coutinho em 29/06/2018 às 18:27:38

(FOTO: Divulgação / FIFA)

"A taça do mundo é nossa, com brasileiro não há quem possa. Êh eta esquadrão de ouro, é bom no samba, é bom no couro", com certeza você já ouviu os versos desta clássica marchinha de autoria de Wagner Maugeri, Lauro Müller, Maugeri Sobrinho e Victor Dagô. Ela foi composta em homenagem ao primeiro titulo brasileiro na Copa do Mundo conquistada em 1958 na Suécia e que nesta sexta-feira (29) completa 60 anos.

Além do primeiro triunfo canarinho na competição que viria anos mais tarde a se tornar o maior campeão, essa edição do torneio também marcou a estreia de um tal de Edson Arantes do Nascimento, mundialmente conhecido como Pelé. O Rei do futebol tinha apenas 17 anos e foi determinante na conquista ao lado de outro gênio, Mané Garrincha.


(FOTO: Divulgação / FIFA)

Além deles o "esquadrão de ouro" citado no começo da matéria tinha nomes que também se tornariam lendas do esporte como o goleiro Gilmar, o lateral-esquerdo Nilton Santos e o meia Didi, também reverenciados respectivamente como a "Enciclopédia do futebol" e o "Príncipe etíope", essa última alcunha dada pelo não menos lendário dramaturgo Nelson Rodrigues. Além deles e outros craques, uma figura importante naquele time era atacante Zagallo, que ao lado do alemão Franz Beckenbauer é o único a ter ganho a Copa como jogador e treinador.

Vinda de um terceiro lugar em 1938 na Itália e do traumático vice-campeonato em 1950 na primeira Copa aqui no Brasil, a seleção havia quatro anos antes na Suíça caído nas quartas de final da competição. Porém para a Suécia a extinta Confederação Brasileira de Desportos (atual CBF) se organizou e deu todo o suporte para o grupo que contatava até com um psicólogo na delegação, uma novidade para aqueles tempos.

Comandada por Vicente Feola, seleção inovou ao criar o esquema 4-3-3, até hoje bastante utilizado, essa tática era uma variação do 4-2-4, bastante comum na época, em que Zagallo voltava para compor o meio-campo. Isso deu solidez a defesa que terminou aquele mundial com apenas quatro gols sofridos. Lá na frente os já citados Pelé e Garrincha e o artilheiro Vavá contribuíram bastante para os 16 gols marcados durante o torneio, a curiosidade é que nenhum dos três começou a competição como titular, eles entraram durante a campanha respectivamente nos lugares de Dida, Joel e Mazzola.

A campanha

Na primeira fase a seleção ficou no Grupo 4 ao lado de ao lado de Áustria, Inglaterra e União Soviética. Na estreia, 3 a 0 nos austríacos com gols de Mazzola duas vezes e Nilton Santos, depois de empatar em 0 a 0 com os ingleses, o Brasil bateu os soviéticos por 2 a 0, gols de Vavá e com um show de Garrincha, garantindo assim a classificação.

Nas quartas de final diante do País de Gales uma vitória apertada por 1 a 0 colocou o "escrete canarinho entre as quatro melhores seleções daquela edição do torneio. O gol da vitória foi o primeiro de Pelé com a camisa da seleção, em uma jogada antológica do menino que viria a se tornar rei.

Na semi-final a França mesmo com Just Fontaine, artilheiro daquela Copa com 13 gols (feito até hoje único), marcando um gol, não conseguiu segurar a nossa seleção que com três de Pelé e ainda Vavá e Didi golearam os "bleus" por impiedosos 5 a 2, Piantoni ainda descontou.

A final

O placar se repetiu na final realizada há 60 anos diante da Suécia no Estádio Råsunda em Estocolmo. Como os donos da casa também jogavam de amarelo, a seleção teve que atuar com um uniforme reserva pela primeira vez na competição. O problema é que o uniforme número dois tinha a camisa branca que nem os utilizados nos fracassos anteriores, o modelo era o titular até um concurso as vésperas da Copa de 54 instituir o amarelo como a cor da camisa titular.

Bastante supercioso, o chefe da delegação Paulo Machado de Carvalho sugeriu a ideia de adotar o azul na camisa igual ao manto de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil e que tinha sua imagem presente em todos os jogos até então. Na base do improviso, membros da comissão técnica conseguiram comprar peças azuis e costurar os escudos e números às vésperas da partida decisiva.

Devidamente trajada, a seleção foi a campo com foi Gilmar; Djalma Santos, Bellini, Orlando e Nilton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Pelé, Vavá e Zagallo. Ela não se abalou quando os donos da casa abriram o placar aos quatro minutos de jogo com Liedholm. Logo depois conseguiu virar e golear com gols de Vavá aos 9 e 32 do primeiro tempo, Pelé aos 10 da segunda etapa, Zagallo aos 23 e depois de Simonsson diminuir aos 35, Pelé marcou novamente e fechou o placar aos 45 escrevendo seu nome na história.

Quando o capitãoBellini ergueu a taça Jules Rimet para que todos pudessem ver, inaugurando um gesto que viraria marca registrada de campeões dali em diante,acabou de vez com o chamado "complexo de vira-latas" que o Brasil tinha diante das outras seleções quatro anos depois a base desse time ainda seria bicampeão no Chile, mas essa já é outra história.

(FOTO: Divulgação / FIFA)

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