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Trump ordena retirada de tropas na Síria

Conselheiros de segurança militar disseram que ação é imprudente e insensata.

Por Kaio Serra em 20/12/2018 às 12:34:13

Foto: Divulgação US Dept of Defense

Sentado à cabeceira de sua mesa de conferência na Situation Room (Sala da Situação), na Casa Branca, o presidente Donald Trump foi inflexível: “as tropas americanas devem voltar para casa da Síria”. A declaração foi dada em público e aos conselheiros de segurança militar, que disseram ser uma ação imprudente e insensata.

No Capitólio, até mesmo alguns dos aliados do Partido Republicano de Trump estavam alertando sobre um grave erro.

"Minha sensação é que tem sido um choque por parte do governo que isso tenha sido feito", disse Bob Corker, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, à repórteres na quarta-feira (19), depois de voltar da Casa Branca.

"É difícil imaginar que qualquer presidente acorde e tome esse tipo de decisão com essa pequena comunicação, com essa pequena preparação", disse Corker.

As discussões apressadas continuaram na quarta-feira sobre o momento e ritmo da retirada das tropas, que a Casa Branca disse que já começou. O anúncio não possuía a formalidade das declarações dos presidentes anteriores de remover as tropas das zonas de guerra: a Casa Branca não programou nenhuma declaração presidencial nem forneceu detalhes concretos da decisão.

Trump emitiu seus primeiros comentários públicos sobre a decisão na quarta-feira à noite em uma mensagem de vídeo postada no Twitter, na qual ele apontou para o céu para fazer referência a militares dos EUA que foram mortos na Síria.

"Nós vencemos o ISIS (Estado Islâmico)", disse Trump. "Nós os vencemos e os vencemos mal. Recuperamos a terra e agora é hora de nossas tropas voltarem para casa. Eu fico muito triste quando tenho que escrever cartas ou ligar para pais ou esposas ou maridos de soldados que foram mortos lutando por nosso país ".

Em conversas ao longo dos últimos dias, os principais assessores presidenciais aconselharam Trump que retirar funcionários da Síria seria uma retirada da região e permitir que nações adversárias ganhassem influência. Os que advertiram contra uma retirada rápida e imediata incluíram o secretário de Defesa James Mattis, o secretário de Estado Mike Pompeo e o conselheiro de segurança nacional John Bolton, de acordo com pessoas familiarizadas com as discussões.

A resistência ao movimento foi forte entre alguns na administração. Um alto funcionário do governo disse que a decisão do presidente de retirar as tropas americanas da Síria é "um erro de proporções colossais e o presidente não consegue ver como isso colocará em risco o país".

As Forças Democráticas da Síria, que são apoiados pelos Estados Unidos, disseram em uma declaração na quinta-feira (20) que a decisão dará lugar ao "ressurgimento do terrorismo" e criará um "vácuo político e militar".

Trump alertou um dos principais aliados dois dias antes do anúncio: o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Em um telefonema com Trump na segunda-feira, e uma conversa subsequente com Pompeo na terça-feira, os líderes americanos garantiram que os americanos tinham "outras formas de expressar sua influência na área", segundo um comunicado do gabinete de Netanyahu.  

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