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Auxílio Brasil a R$ 600 aumentará gasto da União em R$ 51,8 bi ano que vem

Instituição Fiscal Independente, consultoria do Senado, alerta para risco de dobrar déficit fiscal em um ano


Institutição Fiscal Independente, consultoria do Senado, prevê corte nos juros, mas economia mais lenta ano que vem. Foto: Agência Senado


Daniel Couri, diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI), destaca os principais pontos do Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) publicado nesta quarta-feira (19). O documento mantém as projeções de crescimento do PIB em 2,6% para 2022 e 0,6% para 2023. Mas aponta que a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600 poderá contribuir para um cenário de déficit fiscal no ano que vem, implicando despesa adicional de R$ 51,8 bilhões para os cofres públicos.



A manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600 poderá contribuir para um cenário de déficit fiscal em 2023, de acordo com o Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) publicado nesta quarta-feira (19) pela Instituição Fiscal Independente (IFI) no âmbito do Senado.

“Considerando ainda os efeitos do enfraquecimento da economia e das desonerações de tributos contidas no Ploa [Projeto de Lei Orçamentária Anual de] 2023, o resultado primário do governo central poderá passar de superávit de 0,5% do PIB em 2022 para déficit de 1,0% do PIB [Produto Interno Bruto] no próximo ano”, diz o estudo.

Ouça no podcast do Eu, Rio! a reportagem da Rádio Senado sobre a evolução das contas públicas e o risco de dobrar o déficit fiscal no ano que vem, por conta da manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600.

O fim do ciclo de elevação da taxa Selic, que estava em curso desde março de 2021, deverá se refletir em estabilidade nos juros — atualmente em 13,75 ao ano — e o início de um ciclo de cortes em meados de 2023. A taxa Selic, segundo o documento, deverá terminar o próximo ano em 11%.

O relatório mantém as projeções de crescimento do PIB em 2,6% para 2022 e 0,6% para 2023, mas chama atenção para os efeitos negativos da política monetária restritiva, da retirada de estímulos fiscais e da desaceleração da economia global. Os analistas da IFI desenham um cenário alternativo com manutenção dos estímulos à demanda, o que elevaria para 1% a taxa de crescimento do PIB em 2023, “mais do que compensando o efeito negativo do aumento do risco fiscal doméstico e da consequente postura ainda mais contracionista da política monetária.”



A previsão da IFI para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2022 foi revisada para baixo, de 6,4% para 5,8% diante do recuo da inflação. O relatório observa que o IPCA registrou deflação pelo terceiro mês consecutivo — situação atribuída principalmente a medidas do governo para redução dos preços de combustíveis e eletricidade. Da mesma forma, a taxa de desemprego recuou 4,2 pontos percentuais na comparação anual, no que a IFI observa um crescimento das contratações acima do aumento da força de trabalho.

“O número de pessoas desempregadas também tem recuado de forma contínua. No trimestre encerrado em agosto, a população desocupada era composta por 9,7 milhões de pessoas, 4,2 milhões a menos em relação ao observado no mesmo período de 2021 (contração de 30,1%)”, pontuou o estudo.

O financiamento do piso da enfermagem, alvo de várias propostas parlamentares, terá um custo estimado de R$ 17,4 bilhões, mas “a depender do que for aprovado pelo Congresso, esse impacto será reduzido em alguma medida”, segundo o relatório. Como os projetos ainda estão em fase inicial de tramitação, o IFI optou por não calcular seus eventuais impactos fiscais.



Agência Senado, TV Senado e Rádio Senado

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