Milícia de Belford Roxo executou PM que era contra as atividades do grupo.
Uma investigação feita pela Polícia Civil do Rio e Ministério Público Estadual revela que uma milícia que atua em diversos bairros de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, foi a responsável pelo assassinato de um PM que não concordava com a atuação da quadrilha. O policial militar Sergio Henrique de Abreu Oliveira foi assassinado na saída de evento que ocorreu na Escola de Samba Inocentes de Belford Roxo, no Bairro São Vicente, no dia 7 de outubro. O autor dos disparos, Felipe Caputo Neto, é concunhado do líder do grupo e foi denunciado por homicídio triplamente qualificado e também por homicídio tentado em erro na execução, eis que uma terceira pessoa foi atingida na ação criminosa.
Essa milícia foi alvo da Operação Mercenários deflagrada nesta sexta-feira (21) pela Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense e pelo MP. Durante a ação três pessoas foram presas: Diego Henrique de Moraes , 32 anos, Igor Alves de Souza, 22, e Valmor Costa da Silva, 28. Além disso, foram apreendidas três pistolas calibre 380, duas espingardas calibre 12, munições de diversos calibres, carregadores de pistola, calças táticas e rádios comunicadores. Os agentes arrecadaram ainda, cadernos com anotações de cobrança de milícia, uma máquina de caça-níquel e dois veículos roubados foram recuperados na ação.
As investigações descobriram que ao menos 18 pessoas fazem parte do grupo paramilitar que atua nos bairros de Sargento Roncalli, São Vicente, Igrejinha, Pombal, Santa Maria e Babi.
A organização criminosa controla o monopólio da exploração clandestina de sinal de TV a cabo, além de praticar extorsões por meio da cobrança de "taxas" de comerciantes a título de segurança e de mototaxistas para poderem atuar em pontos da região.
O trabalho para desarticular essa milícia começou após o homicídio de Valdemir Rodrigues de Oliveira, ocorrido em 6 de junho deste ano. De acordo com o MPRJ, há suspeitas de que ele seria membro do grupo e a motivação do assassinato foi a desconfiança de que ele pudesse estar passando informações das atividades da quadrilha para a polícia e organizações rivais. A partir de dados obtidos junto a dois aparelhos celulares encontrados ao lado do corpo da vítima, foi possível identificar os suspeitos.