Pela primeira vez no Brasil, sucesso por mais de 30 anos na Inglaterra, tendo se apresentado para mais de 500 mil pessoas no Pavillion Center de Liverpool, THE WALL, considerado pela crítica especializada, uma das mais importantes obras do cenário musical de todos os tempos - e para muitos, a verdadeira obra prima da banda britânica Pink Floyd -, será apresentada em forma integral, seguindo o projeto original de como foi concebido, trazendo ao palco atores, músicos, cantores, acompanhados por uma super produção, envolvendo lasers, iluminação primorosa e tecnologias de última geração na sonorização. Será o 5º e último espetáculo da Série Cinema no Palco Ao Vivo de 2022, produzido por Top Cat e Vesbim Media Corp. Dirigido por Alan Veste, Co-Produzido por Rachel Barrett, prima de Syd Barrett, fundador e cantor do Pink Floyd antes da gravação do The Wall. O espetáculo narra, segundo a concepção de Alan e Rachell Barrett, a vida de Pink, que por inúmeras declarações de Roger Waters (criador do The Wall) foi intencionalmente inspirado em Syd Barrett.
O filme, originalmente dirigido por Alan Parker e Gerald Scarfe em 1982, ganhou versão musical e teatral ao vivo montada com talento e sensibilidade por Alan Vest e Rachel Barrett - Daily Express 2012 - S. Master.
O musical chega ao Vivo Rio neste domingo (06) como parte do Top Cat Concert Series 2022, série de shows internacionais promovida por Top Cat Produções Artísticas. O público se emocionará com o musical "Pink Floyd UK – The Wall", num show com todos os personagens do filme, mesclando músicos, vocalistas e atores profissionais reconhecidos no cenário mundial.
A produção The Wall Live, conduzida pelo grupo de Pink Floyd UK, apresenta uma performance estimulante, que é atemporal, dando ao show, um apelo dramático que atravessa gerações, motivo que o tornou um grande sucesso em todo o mundo. Dirigido pelo conceituado diretor Alan Veste, este show traz uma banda de rock poderosa, formada por 15 músicos conceituados no cenário mundial, o que permite que o público capture toda a emoção e a experiência do filme THE WALL ao vivo.
O filme é trazido à vida no palco com projeções imagens emocionantes e uma iluminação incomparável. Cada membro do elenco e todos os músicos envolvidos prepararam um espetáculo impecável, feito atentamente para trazer esta obra-prima profissionalmente para audiências em todo o mundo.
A apresentação ao vivo segue o roteiro do filme, com “comentários incidentais” de Alan e Rachel, que fazem sua própria leitura do personagem da estrela do rock, Pink, que tem sua alma torturada por causa de sua infância, pois sempre tentou fazer conexões emocionais significativas com outras criaturas vivas. Essa infância inclui não ter um modelo masculino, pois seu pai, tendo sido morto na guerra, e sua mãe superprotetora, sufocando-o, além de um sistema escolar opressivo e repressivo anulando sua criatividade natural, ajudando a construir o processo de insanidade.
Sendo Pink uma estrela do rock, muitas vezes é procurado por pessoas, que buscam a identidade dele como artista e não de realmente quem ele é! As histórias selvagens em torno do vocalista original do Pink Floyd, Syd Barrett, incluindo suas escapadas drogadas e posterior retirada do mundo, forneceram a Waters a inspiração necessária para construir o personagem: o rock-star mal-humorado PINK !
O fracasso mais recente nessa verdadeira conexão com alguém é seu próprio casamento, quando, em turnê, ele descobre que sua esposa está o traindo em casa. Pink Floyd fica paranoico e louco, construindo um muro entre o mundo em sua mente e o mundo real, um muro figurativo ao seu redor para se isolar do resto do mundo, mas não antes de mostrar graficamente, em desenhos geniais, seus sentimentos. A questão é se ele ou qualquer outra pessoa pode fazer qualquer coisa para derrubar a parede de uma forma significativa.
Durante de inúmeras incursões para buscar respostas para suas paranoias, em uma delas Pink traz uma fã disposta a ir a seu quarto de hotel (seu mundo momentâneo) apenas para que ela o provoque e tente destruí-lo, provocando uma raiva violenta, fazendo com que ele se irrite profundamente. Logo ele entende e se arrepende de ter construído o muro e entende que sua violência pode torná-lo um ditador fascista e violento. Acompanhado de seus soldados imaginários, começam a atacar todas as pessoas a seu redor, gritando e demandando: "PARE E VAMOS LEVAR TODOS A JULGAMENTO" para que todos sejam julgados em suas mentes pelo que ele fizeram, onde consequentemente Pink rasga a PAREDE (THE WALL) como se fosse um pedaço de algodão!
O álbum
Pink Floyd The Wall é um dos álbuns mais intrigantes e imaginativos da história do rock. Desde o lançamento do álbum de estúdio, em 1979, a turnê de 1980-81, e o filme subsequente de 1982, The Wall tornou-se sinônimo, se não a própria definição do termo "álbum conceitual". Explosivo e complexo de se repetir nos palcos, Alan e Rachell Barrett retratam esta trajetória, repleta de intervenções curiosas e cuidadosamente interpretadas, dando uma conotação única a esta peça antológica. Pink é um astro do rock que consome drogas para poder fazer uma imersão e alimentar suas paranoias, e assim, construir uma parede imaginária que o separe do mundo real. Ele recorda sua relação de dependência materna, a morte de seu pai e os castigos de seus professores, construindo e demolindo definitivamente uma parede metafórica. Embora o simbolismo do filme esteja aberto à interpretação, a parede em si reflete claramente uma sensação de isolamento e alienação.
O Roteiro
O musical inicia sua trajetória mostrando Pink como um jovem inglês crescendo no início da década de 1950, demonstrando claramente sua carência da figura paterna ("Another Brick in the Wall, Part I"). Certa ocasião, mexendo nas coisas do seu pai, descobre um pergaminho do "carismático e gentil Rei George" e muitas relíquias do serviço militar e pertences (“When the Tigers Broke Free, Part 1”). Um destes itens é uma bala de rifle e está colocada cuidadosamente no trilho de um trem, e nele percebe pessoas desconhecidas andando dentro dos vagões. Já na escola, ele é pego escrevendo poemas em sala de aula e se vê constantemente humilhado pelo professor, que revela-se abusivo com os alunos. Isto ocorre em consequência de sua esposa ser igualmente abusiva com ele! ("The Happiest Days Of Our Lives”), que lê um poema (parte do versículo 2 da canção "Money").
Em sua paranoia, recheada de metáforas, Pink percebe um sistema escolar opressivo no qual as crianças caem em um moedor de carne. As crianças então se rebelam e destroem a escola, excluindo o professor e enviando-o para um destino desconhecido ("Another Brick in the Wall (Parte 2).
Pink também é afetado negativamente por sua mãe superprotetora ("Mother"). Inúmeras experiências traumáticas são representadas como ("bricks") na parede criada metaforicamente, em torno de si, afastando-o da sociedade ("Empty Spaces").
Adulto, Pink se casa, mas ele e sua esposa rapidamente se separam, pois Pink descobre que sua esposa está tendo um caso ("Young Lust"). Ele então se volta para uma fã (Jenny Wright) e a leva para seu quarto de hotel apenas para provocá-la e destruí-la, provocando uma raiva violenta, aterrorizando a fã e colocando-a para fora do quarto ("One of My Turns"). Após a saída em prantos da menina, Pink entra em uma profunda depressão ("Don't Leave Me Now"). Depois de destruir a televisão com seu violão, ele jura que não precisa de mais ninguém! ("Another Brick in the Wall, Part III"). Com isso, ele mentalmente completa a parede que começou a construir para proteger suas feridas ("Goodbye Cruel World").
Pink começa lentamente a perder a cabeça e cria monstros imaginários em seu consciente "worms". Em outra de suas crises, Pink raspa todo o seu cabelo corporal, um dos muitos incidentes inspirados pelo ex-colega de banda Syd Barrett, que apareceu em uma sessão de gravação de 1975 de "Wish You Were Here", tendo raspado suas sobrancelhas e pelos do corpo e, enquanto assistia The Dam Busters (1955) na televisão, quando ele inspirado no personagem do filme, se transforma em seu alter-ego neonazista. É quando o empresário de Pink (Bob Hoskins), com o gerente do hotel (Michael Alferes) e alguns paramédicos, invadem o quarto e descobrem Pink, completamente abatido pelo profundo processo de depressão. Mesmo assim, o levam para uma limusine e injetam drogas nele para que ele se apresente no show que estaria marcado para aquele dia. ("Comfortably Numb").
Em sua sequência alucinatória, Pink fantasia que ele é um ditador e seu concerto é um comício neonazista.
Nazi-Pink realiza um comício, e procura por pessoas diferentes, "bichas", “idiotas,” e ordena-os a ir "contra a parede" ("In the Flesh"). Seus seguidores começam a atacar minorias étnicas ("Run Like Hell") e Pink realiza um comício no subúrbio de Londres ("Waiting for the Worms"). A cena é intercalada com imagens de martelos animados marchando que atravessam ruínas. Pink então para de alucinar e grita "Pare!”, se refugiando em uma cabine de banheiro no local do concerto, recitando poemas que mais tarde seriam usados em outros discos do Pink Floyd.
Em sequência repleta de animações, Pink se coloca em julgamento ("The Trial"). Ele é retratado como uma pequena boneca de pano rosa que raramente se move. O juiz é um par gigante de nádegas, com duas pernas viradas para trás, um ânus como a boca e um escroto para um queixo. O advogado é um homem alto, ameaçador, parecido com um abutre e o professor é uma marionete abusiva e odiosa. Depois de ouvir as partes e testemunhas (esposa e mãe de Pink), o juiz ordena que a parede seja derrubada. Após um silêncio prolongado, a parede explode e mostra uma montagem de eventos de toda peça teatral e Pink é ouvido pela última vez gritando. O filme termina com três crianças limpando uma pilha de escombros após um motim anterior ("Outside the Wall"). Não se sabe o que aconteceu com Pink, deixando o espectador decidir.
Misturando animações clássicas e sequências semelhantes a sonhos para sugerir a percepção de Pink sobre o mundo, inúmeras técnicas de iluminação, uma competente banda de rock e vários atores complementam com um formidável repertório musical, criado pelo Pink Floyd, excluindo completamente a necessidade de diálogos na apresentação. Venha, divirta-se com a música e tente entender o "Muro" criado por Roger Waters e interpretado em nossos palcos por Alan Vest e Rachel Barrett .
The Wall por Alan Vest
Em 1992, tive a ideia de montar e dirigir um grupo para tocar as músicas do "The Wall" ao vivo, mas já pensando no conceito de construir uma apresentação teatral com “inserts” do álbum conceitual. Meu primeiro passo foi entrar em contato com o próprio Roger Waters para então discutir o assunto e conseguir sua autorização para nossa primeira montagem em Liverpool. Após idas e vindas de “faxes”, perguntas, respostas e meses de contato, finalmente Waters não só autorizou como nos enviou pessoalmente sua benção para realizar o projeto. Assim começamos a adaptar e inserir meus próprios conceitos para o drama que desejava montar! Meu maior presente foi não só ganhar a autorização para realizar meu projeto, mas também a formidável amizade que possuímos até hoje. A primeira dificuldade foi, sem sombra de dúvidas, adaptar a montagem para os pequenos palcos que planejávamos montar o espetáculo e, consequentemente, realizar ajustes aos tamanhos dos palcos, deixando tudo de forma artesanal, mas integralmente fiel à ideia das músicas e suas letras.
Quando montamos a primeira versão para o Pavillion Center de Liverpool foi tudo muito difícil, absolutamente novo e teríamos ainda o olhar crítico da imprensa local, bem como inúmeros músicos que certamente conheciam bem as canções do disco. Quando encerramos a primeira apresentação, tudo parecia perfeito, nossas ideias foram extremamente bem aceitas. Após alguns shows, fomos melhorando a compreensão sobre o material e, consequentemente, nossas performances ganharam corpo, tornando-se insubstituíveis. Conseguimos rapidamente vender a ideia para o público no Reino Unido e estamos lá até hoje.
Ao longo dos anos, recebemos muitas visitas em nossas apresentações, mas nenhuma mais importante do que a de Rachel Barrett, prima do cantor e compositor do Pink Floyd, Syd Barrett, que deixou o grupo por problemas de saúde mental, antes da gravação de “Wish you were Here/ The Wall”. Como todos sabem, toda a obra foi escrita em sua maioria por Roger Waters, inspirada nas frustrações e crises emocionais enfrentadas por Syd durante seus anos no Floyd. Com isto, Rachel se apaixonou pelo projeto e imediatamente se prontificou em nos ajudar e se dispôs a trazer histórias reais daquele trágico momento vivido por Syd Barrett. Como se isto não bastasse, Rachel nos deu sua larga experiência como diretora de peças teatrais de enorme relevância na cultura Inglesa. Isto se tornou tão precioso e tão mágico que, até hoje, Rachell está conosco neste espetáculo sendo a Co-Produtora do projeto.