A violência contra as mulheres é assustadora. Ao longo da vida, uma em cada três mulheres - cerca de 736 milhões de pessoas -, é submetida à violência física ou sexual por parte de seu parceiro ou violência sexual por parte de um não parceiro, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde). No primeiro ano da pandemia, 2020, foram registrados no Estado do Rio de Janeiro quase 100 mil casos de violência contra a mulher (98.681). Desses, mais de 34 mil foram de forma física e outros 31 mil de forma psicológica. Houve também outros 23 mil casos de violência moral, 5.600 casos de violência sexual e 4.500 casos de violência patrimonial. Na Região Metropolitana do Rio, foram 22.846 vítimas de lesão corporal dolosa e 1.802 vítimas de ameaça.
Dados preocupantes como esses levaram o Grupo Mulheres do Brasil, por meio do seu Comitê de Combate à Violência contra as Mulheres, alinhado à iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), a promover uma mobilização internacional há mais de três décadas. Na manifestação mais recente, o Grupo levou delegados, secretários municipais, ativistas da causa e centenas de pessoas ao Aterro do Flamengo para participar da quinta caminhada por uma causa que diz respeito a todo mundo: o fim da violência contra mulheres e meninas.
Participaram personalidades como Gabriela Von, Diretora das Delegacias de Mulheres e outros delegados, Joyce Trindade, Secretaria Municipal de Políticas e Promoção da Mulher, Alexandre Arraes, Secretário Municipal de Trabalho e Renda, que lidera o Projeto Novos Rumos voltado a mulheres vítimas de violência doméstica junto com o Tribunal de Justiça, além de diversas organizações como Superação da Violência Doméstica, Mulheres Brilhantes, Firjan/SESI, OAB RJ, IBDFAM, Cantão, Detran/RJ, Miss Cadeirante, Coordenadoria da Mulher do Município de Niterói, Secretaria Municipal de Mulheres de Itatiaia, entre outros. O Cristo Redentor também participou da campanha, ficando iluminado com a cor laranja, que simboliza o movimento, desde as 19h deste sábado, dia 5.
Segundo Marilia Boldt, líder do Comitê de Combate à Violência contra Mulheres, “somente com os poderes Executivo, Judiciário, Legislativo e sociedade civil unidos conseguiremos enfrentar o problema da violência contra a mulher e ter políticas públicas de acolhimento e geração de trabalho e renda, assunto fundamental, já que 46% das mulheres vítimas de violência doméstica perdem seus empregos. Precisamos incentivar as mulheres a buscarem sua independência econômica e psicológica para que possam tomar decisões a respeito de suas vidas de forma mais efetiva e parem de colocar suas vidas, por medo de deixarem seus filhos passarem fome ou por dependência emocional. No Grupo Mulheres do Brasil encorajamos as mulheres a se libertarem de seus agressores formando uma rota de fuga do relacionamento abusivo”.
Ouça no podcast do Eu, Rio! o depoimento de Marilia Boldt, líder do Comitê de Combate à Violência contra Mulheres.
Fonte: Grupo Mulheres do Brasil