Para voltar a ser campeão de grandes competições, o Flamengo contratou Abel Braga e Paulo Pelaipe. Ambos acumulam passagens pelo próprio clube e por rivais. Agora, têm a missão do sucesso no mesmo lugar.
Abel Braga
No caso do treinador, o histórico no Rubro-Negro se resume a uma amostra de cada experiência: temporada incompleta no comando do time, título e decepção. Em dezembro de 2003, Abel assumiu a equipe da Gávea. O trabalho durou sete meses. Amigo do técnico, Júnior, então diretor de futebol do Rubro-Negro, foi quem o convidou. Abel, que estava na Ponte Preta e sem tanta badalação, rejeitou proposta do Internacional para ir ao clube que convivia com dívidas e salários atrasados, num cenário totalmente contrário ao de momento. Na ocasião, Marcio Braga havia sido eleito para o cargo de presidente.
Em sua apresentação, o treinador precisou explicar o passado no Vasco e revelou ser flamenguista. Ele também tinha no currículo trabalhos no Botafogo e boa parte da carreira de jogador no Fluminense, onde também foi técnico. Por sinal, dos rivais cariocas, quando atleta, só não vestiu a camisa do vermelho e preto.
Contra o poderoso Fluminense, patrocinado pela Unimed, que contava com Romário, Edmundo, Roger e Ramon no ataque, o Rubro-Negro de Abel faturou a Taça Guanabara. Na final do Carioca, superou o Cruz-Maltino com três gols de Jean. Depois de levantar a taça do Campeonato Carioca de 2004, o Flamengo, mesmo sem investimentos de ponta, foi até a decisão da Copa do Brasil daquele ano. Em pleno Maracanã, derrota para o Santo André, por 2 a 0, após empate em 2 a 2 no antigo Palestra Itália.
O time de Júlio César, Fabiano Eller, Ibson, Felipe, Jean e Athirson sentiu o golpe e teve de brigar contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Protestos tomaram conta do clube, após o revés para o Juventude, por 1 a 0, no Raulino de Oliveira, em Volta Redonda. O resultado colocou a equipe carioca na lanterna do Brasileirão. A permanência na Série A veio com a goleada de 6 a 2 sobre o Cruzeiro, na última rodada, também na Cidade do Aço e com o interino Andrade no comando técnico.
Paulo Pelaipe
Já Pelaipe, anunciado nesta quarta-feira (26) como novo gerente de futebol, participou de dois dos três troféus conseguidos na era do presidente Eduardo Bandeira de Mello: a Copa do Brasil em 2013 (único em âmbito nacional) e o Campeonato Carioca de 2014. Lembrando que Rodolfo Landim, que tomou posse no dia 19 de dezembro, é quem tem a responsabilidade pelos próximos três anos. Paulo esteve no Vasco na condição de diretor do Vasco em 2018, sendo demitido em junho. Ele também passou por Grêmio e Coritiba.
Um fato marcante da última vez em que Pelaipe trabalhou no Flamengo foi a contratação de Elano. Na época, Zé Roberto era um dos nomes cotados, mas foi descartado. Ambos defendiam o Grêmio: "Já estamos bem servidos para a posição de meia, principalmente depois das chegadas do Everton (Athletico Paranaense) e do acordo próximo com o Elano", disse, na ocasião, pouco antes de ser confirmada a contratação que estava para se concretizar.
Também teve a saída de Elias. Contratado por Pelaipe, ele estava emprestado pelo Sporting e precisou retornar ao clube português. O volante alimentava a esperança de voltar ao Rio de Janeiro, porém isso não aconteceu. Ainda naquele período, em 2014 o Rubro-Negro vendeu Hernane "Brocador" para o Al Nassr. O clube da Arábia Saudita, entretanto, só pagou pela compra do atacante quatro anos mais tarde.
Futuro
Em 2019, Abel e Pelaipe poderão fazer uso da experiência dentro e fora da Gávea para alcançarem os principais objetivos do clube: a Libertadores e o Brasileiro. O torcedor rubro-negro espera que os respectivos fracassos do passado não se repitam, dando espaço para os mesmos sucessos apresentados por eles e outros ainda maiores.