Personalização e atendimento: os diferenciais da moda plus size que aquecem o mercado

Engana-se quem pensa que roupa plus size é sinônimo de roupa sem graça e sem corte. As peças estão cada vez mais elaboradas e a cara dos clientes. E é pensando nessa personalização que o mercado está apostando e vendo seus lucros aumentarem a cada dia que passa.

Não é à toa que nos últimos cinco anos diversas marcas surgiram na internet e outras tantas estão apostando em lojas físicas. Entretanto, o cara a cara com os vendedores é insubstituível e, por conta disso, cria-se a necessidade de haver encontros que facilitem esse contato.

No último dia 19 de maio, ocorreu a Rio Plus, primeira feira de moda plus size no Rio de Janeiro e o sucesso foi tanto que nem sua organizadora, a modelo e empresária Simone Cunha, esperava.

“Estou bem animada com o resultado, já fiz outros eventos, mas é a primeira feira plus size que fazemos”, comenta Simone que possui a empresa 7List Produções e Eventos, em parceria com sua mãe, Cláudia Cunha. “Eu não estava com o termômetro até duas semanas atrás, e com o contato eu percebi que o público estava bem animado. Temos que fortificar o mercado, quanto mais, melhor, a gente merece isso, a gente merece encontrar roupas para pessoas maiores que a gente”, comenta.

Marcas cariocas acreditam que o atendimento é o diferencial

As marcas presentes na feira apostam no atendimento personalizado para encantar e reter os clientes, além de perceberem que o mercado está em franca expansão e feiras como a Rio Plus incentivam as criações.

 Karen Regina, dona da marca Donna K acredita que o sucesso está justamente aí.

“Há algum tempo vem crescendo (o mercado) e está bem agressivo, tem marcas grandes abrindo o seu leque de opções, e, feiras como esta ajudam. A gente atende por demanda, vestimos do 44 ao 58, mas se precisar, fazemos tamanhos maiores. Nosso diferencial é o atendimento, confecção conforme o corpo da cliente, para cada uma o atendimento é diferenciado”.

Carol Vieira e sua sócia Cris Dias, criadoras da The Basic, reforçam o coro do atendimento e sinalizam que muitas plus size estão criando suas próprias marcas por ainda não encontrarem roupas no estilo que desejam.

“A The Basic surgiu por uma necessidade nossa, porque a gente não encontrava roupas do jeito que a gente queria. Não só em relação a tamanho e ao estilo, tanto nas lojas comuns quanto nas especializadas.

Nós temos um toque mais minimalista, básico e liso e, claro, prezamos pelo atendimento, em entender a necessidade de cada cliente em relação a tamanho, modelagem. Nos especializamos para atender cada vez melhor.

O mercado virtual atende muita gente, mas o contato com quem está fazendo a sua roupa atrai muitas pessoas, negociar preço, esse contato não substitui nunca. Eu e minha sócia desenvolvemos as roupas, estudamos, vemos as tendências, qual melhor caimento, etc”, conclui Dias.

Um mercado que só cresce

De acordo com a Inteligência de Mercado (IEMI) e associações plus size, o segmento tem um faturamento estimado em R$7 bilhões, com expectativa de crescimento de 8,1% ao ano. Isso se deve ao efeito de terem mais de 7000 lojas físicas e mais de 200 online pelo Brasil, para dar conta de quase 60 milhões de mulheres que vestem acima da numeração 46, mesmo com variação de tamanho entre as confecções.

As marcas perceberam que investir somente em roupas escuras e largas não era um bom investimento e passaram a criar modelos que favoreciam as curvas das mulheres, e com isso, viram o número de clientes aumentar consideravelmente.

Feiras como a Rio Plus serão cada vez mais freqüentes. Se depender da organizadora Simone Cunha, ela acontecerá com periodicidade.

“Aqui no Rio a gente pretende fazer sempre, mas não uma perto da outra, a ideia é fazer de três em três meses”.