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A pior dor do mundo tem público alvo: mulheres 50 +

Dados epidemiológicos de estudos dos EUA sobre Neuralgia Trigeminal mostra incidência de 4-5 a cada 100 mil indivíduos

Por Portal Eu, Rio! em 25/11/2022 às 13:57:15

Foto: Divulgação

A Neuralgia do Trigêmeo é o quinto par do nervo craniano. Ele é responsável pela sensibilidade da face do rosto, provocando uma dor muito intensa descrita pelos pacientes e literatura médica como "a pior dor já sentida".

Por volta dos 40 anos, os vasos sanguíneos vão ficando mais tortuosos e, à medida em que a pessoa vai envelhecendo, a pressão também aumenta. Isso é uma maneira que o sistema arterial encontrou a fim de proteger o indivíduo. Para o vaso não romper, ele dobra e tende a ficar curvado, encostando na transição do nervo.

Segundo o professor em Neurocirurgia Felipe Mourão, a dor acontece subitamente em surtos na metade da face, com paroxismos (alta intensidade e curta duração), sensação de choque tipo "relâmpago". Apesar de rápida, tem incômodo intenso, disparada por estímulos nas regiões de "gatilho". "Alguns pacientes relatam querer bater a cabeça na parede para tentar aliviar a dor, podendo vir com frequência regular em intervalos longos, normalmente associado com lacrimejamento. O diagnóstico é fácil por causa destes detalhes peculiares", afirma o médico.

A neuralgia trigeminal ou nevralgia do trigêmeo, como o próprio nome diz, quer dizer: algia (dor) neuro (nervo) trigêmeo (quinto nervo craniano), causada pela inervação do músculo da mastigação localizado ao lado da boca.

O diagnóstico da Neuralgia do Trigêmeo é eminentemente clínico, sem a extrema necessidade de exames complementares. Justamente devido à característica clínica da apresentação e queixa do paciente serem específicos, geralmente é uma dor de início súbito que atinge normalmente a metade do rosto e face. Neuropatia é a dor crônica que ocorre quando os nervos sensitivos do Sistema Nervoso Central e/ou periférico são feridos ou danificados. "A dor pode vir em um espaço regular e num período maior entre uma crise e outra", comenta Felipe.

“Atendi uma paciente que tinha crises nas madrugadas em uma frequência regular, causava uma enorme inconveniência porque acordava com choque da dor e prejudicava a qualidade do sono. Existem relatos na bibliografia no Tratado de Neurocirurgia, na China, de pacientes que possuíam níveis de depressão ou suicídio devido ao aumento da intensidade e frequência das crises", conta o médico.

Principais desafios para os pacientes perceberem que tem a Neuralgia do Trigêmeo:

* Entender que a dor é de origem nervosa e não estímulo causando a origem nervosa;

* Entender que o trigêmeo é separado em três partes: terço superior da face, acima dos olhos; terço médio, na região das maçãs do rosto e nariz; e terço inferior, que é do lábio inferior ao queixo.

Os casos mais comuns são na região do terço médio e inferior da face, que pode ser confundida com uma dor de dente. "Às vezes, um estímulo que não é para causar a dor pode ser gatilho da dor neuropática, como ao tomar líquidos gelados ou uma simples escovação dental. Então, o paciente relaciona a dor aos dentes. Tive um paciente que retirou todos os dentes da boca e usou prótese para se livrar da dor e depois descobriu ser causada justamente pela Neuralgia do Trigêmeo", conta Felipe.

Os fatores da Neuralgia Trigeminal não são completamente compreendidos, mas a literatura médica concorda que a hipótese do conflito neurovascular entre o nervo trigêmeo e pequenas artérias, na forma secundária, causa compressão do nervo por tumores, alterações vasculares e alterações inflamatórias

Após o diagnóstico clínico, o paciente deverá receber uma investigação através de exames de imagem, como uma ressonância nuclear magnética do encéfalo. Já o tratamento pode ser clínico, por medicamentos anticonvulsivantes em doses elevadas. Porém, alguns pacientes não suportam os efeitos colaterais e são indicados para a cirurgia, mesmo que não apresentem conflito vascular.

Dentro do grupo de tratamentos cirúrgicos, encontra-se a descompressão microvascular, rizotomia por radiofrequência e a radiocirurgia estereotáxica. O neurocirurgião vai recomendar o melhor tratamento.



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