O ano de 2018 já está no fim. E como muitos fazem, é hora de avaliar o que deu certo neste ano e o que queremos para 2019. Algumas metas são arrojadas demais, outras bem simplistas. Mas, para a psicóloga Olivia Klem Dias, o importante é não deixar que as metas fiquem apenas na nossa cabeça. O ideal é por no papel para ajudar o cérebro a fixar as informações e fazer com que tenhamos o comprometimento de cumpri-las. O ideal também é ter alguém que a pessoa confie para que a auxilie a alcançar as metas pretendidas.
“Se nós não traçamos o nosso próprio caminho, um caminho será traçado para nós. A importância de estabelecer metas para o próximo ano é a de tomarmos as rédeas de nossas vidas e definirmos a direção que queremos seguir”, completa.
Embora as metas sejam próximas aos sonhos, Olivia alerta sobre possíveis decepções em metas muito arriscadas e orienta como lidar com frustrações em geral. Para a especialista, existe uma contraindicação a ter metas exageradas, pois quando não são realistas, podem nos deixar cansados e desestimulados, com uma sensação de fracasso que, embora não seja impossível de ser superada, pode dificultar e atrasar nosso caminho em direção ao futuro que desejamos. Ainda assim, devem buscar o caminho do meio e não serem fracas, fáceis demais a ponto de não apresentarem desafio, pois deste modo, não haverá estimulo a persegui-las e nem satisfação quando alcançadas. “Outro erro frequente é o de estabelecer muitas metas, tornando a distribuição de recursos (pessoais, financeiros etc.) impossível entre tantas áreas diferentes da vida. O ideal é escolher uma ou duas áreas da vida para focar a cada ano, com uma ou duas metas bem definidas para cada uma dessas áreas”, conta.
Nos casos de autoestima ou autoeficiência abaladas por um ano ruim, Olivia já indica acompanhamento com psicologia positiva o quanto antes para ajudar a estabelecer metas realmente significativas e realizáveis para o próximo ano.
Frustrações x desapego
Enquanto 2018 não terminar ainda há exercícios a se fazer para abrir caminhos às metas. Seja lidar com desapego e até encarar as mágoas tornam-se necessários no processo. A psicóloga explica que uma boa análise do ano que passou é sempre bem-vinda. Deve-se analisar acertos para reproduzir e ampliar no próximo ano como também deve-se corrigir para fazer melhor, mas sem esquecer da compaixão e gentileza.
“Na hora de olharmos para trás e analisarmos nossos próprios erros, devemos saber acolher nossas falhas e entender que não somos perfeitos e que estamos fazendo de tudo para melhorar. Se falhamos em alcançar nossas metas, é importante que procuremos compreender o que aconteceu de errado. Será que elas não eram estimulantes o suficiente? Será que elas eram exigentes demais e pouco realistas? Se sim, elas devem ser ajustadas para um grau de desafio adequado”, detalha a psicóloga.
Uma questão muito comum é da pessoa mesmo alcançando as metas não consegue se satisfazer. Nesse caso, de acordo com a especialista, o problema não é o de não alcançar as suas metas, mas sim de não as estabelecer da maneira mais produtiva e adequada, com detalhes do que realmente vai realizá-lo o bastante.
Algo que pode ajudar a pessoa a ser mais positivo é fazer a lista do que deu certo este ano, todas as conquistas. Isso conta como estratégia para fixar boas memórias e lidar de forma positiva com a passagem do tempo. Arrumação da casa e guarda-roupas também ajudam nos preparativos para receber o novo. Se partir ainda o coração, a dica é guardar recordações das coisas a serem doadas (vale tirar foto das roupas antes de se despedir delas).