O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva anunciou os cinco primeiros ministros do futuro governo. Os nomes foram apresentados no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de Brasília, onde está instalado o gabinete de transição.
Segundo Lula, alguns nomes foram antecipados para que possam montar as equipes. “Preciso que algumas pessoas comecem a trabalhar para montar a estrutura do governo e para que o governo comece a funcionar”, disse.
Os futuros ministros serão os seguintes:
Os demais ministros serão anunciados na próxima semana, após a cerimônia de diplomação de Lula e do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin. Originalmente, a equipe do futuro governo só seria anunciada após a diplomação, mas Lula decidiu antecipar alguns nomes após a aprovação no Senado da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição.
Após anunciar os nomes, Lula disse que todos os ministros, até agora, são homens e prometeu mais diversidade na apresentação dos próximos cargos, a partir da semana que vem. “Vai chegar uma hora em que vocês vão ver mais mulheres do que homens e muitos afrodescendentes”, declarou.
O adiantamento dos nomes pretende desfazer impasses no Ministério da Defesa e agilizar as negociações na tramitação da PEC da Transição na Câmara dos Deputados. Na semana passada, Lula disse que estava com “80% do ministério na cabeça”, mas informou que a montagem definitiva da equipe dependia de negociações.
Em alguns casos, os futuros titulares começaram a visitar os ministérios que comandarão. Ontem (8) pela manhã, Haddad reuniu-se com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Em relação ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, Lula disse que pretende desmembrar a pasta no futuro, mas que, no primeiro momento, Flávio Dino concentrará as duas pastas. Segundo ele, caberá ao futuro ministro reestruturar as carreiras da Polícia Rodoviária Federal e reduzir a interferência política nas forças de segurança.
O perfil dos ministros indicados, nesta sexta-feira, varia de figuras de peso do PT a quadros saídos de instituições como TCU e Itamaraty.
Para o ministério da Fazenda, foi indicado o ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, de 59 anos. Formado em direito, Haddad tem mestrado em economia e é professor de ciência política na USP, a Universidade de São Paulo.
Ao se formar mestre em economia, Haddad trabalhou como analista de investimentos do Unibanco e foi consultor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, a FIPE, sendo um dos responsáveis pela elaboração da Tabela Fipe, que é um parâmetro para definir os preços dos automóveis no Brasil.
Na área econômica, Haddad também atuou como assessor do Ministério do Planejamento no primeiro governo Lula, sendo o encarregado de formatar a Lei de Parcerias Público-Privadas, as PPPs.
Para a Casa Civil, pasta que funciona como espécie de centro administrativo do governo federal, foi indicado o atual governador da Bahia, Rui Costa, do PT. Ele tem 59 anos, é economista de formação e está terminando o segundo mandato à frente do governo baiano.
No Ministério da Justiça fica Flávio Dino, eleito senador neste ano pelo PSB. Dino tem 54 anos e foi governador do Maranhão por dois mandatos. Ex-juiz federal, ele tem mestrado em direito e é professor universitário. Dino tem sugerido a revogação de decretos que flexibilizam o porte e a posse de armas de fogo.
No comando da Defesa, foi escolhido o ex-ministro do TCU, o Tribunal de Contas da União, José Múcio. Ele tem 74 anos, é engenheiro civil de formação e já foi ministro de Relações Institucionais do governo Lula, tendo sido indicado ao TCU, em 2009, pelo presidente eleito.
Lula também confirmou Mauro Vieira para o Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty. Vieira é o atual embaixador do Brasil na Croácia. Ele já comandou o Itamaraty no governo Dilma Rousseff, tem 71 anos e é formado em Direito.
Fonte: Agência Brasil