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"Será amistosa", diz Castro sobre relação com Lula após ser diplomado

Diplomação teve protesto de deputado deferal eleito contra o governador reeleito

Por Anderson Madeira em 16/12/2022 às 19:30:50

Claudio Castro é diplomado como Governador do Rio. Foto: Divulgação Alerj

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) realizou, nesta sexta-feira (16), a cerimônia de diplomação do governador reeleito Cláudio Castro, seu vice, Thiago Pampolha (União Brasil), do senador reeleito Romário Faria (PL), da bancada dos 46 deputados federais do Rio e os 70 deputados estaduais, além dos suplentes de senador. O presidente da Corte Eleitoral, desembargador Elton Leme, discursou em defesa da democracia e das eleições. Houve ainda protesto contra a reeleição de Castro, acusado de crimes eleitorais e cuja chapa teve a cassação pedida pela Procuradoria Regional Eleitoral do Rio de Janeiro. A solenidade ocorreu no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, no Centro da capital.

Elton Leme fez alusão aos atos antidemocráticos ocorridos após o segundo turno das eleições e lembrou que a Justiça Eleitoral reagiu de forma célere, em defesa do resultado proclamado pelas urnas e da democracia.

“Diante dos ataques à democracia ocorridos durante a votação e após as eleições, a Justiça Eleitoral agiu com rapidez e muita rigidez. Foi montada uma estrutura gigantesca para responder com rigor e rapidez aos atentados contra a democracia, e o resultado foi um pleito com segurança e tranquilidade", afirmou Leme, ressaltando que o órgão demostrou maturidade e força e que a diplomação coroa o bem sucedido processo eleitoral. Ele enalteceu ainda os esforços de servidores, mesários e de todos os envolvidos na realização e no sucesso do pleito.

Antes da entrega dos diplomas houve a apresentação da Orquestra Sinfônica Juvenil Chiquinha Gonzaga, integrada por alunas da rede pública de ensino do Rio de Janeiro. O grupo executou “O Guarani”, de Carlos Gomes, e “Feira de Mangaio”, de Sivuca, finalizando com o Hino Nacional. Em seguida, entregou o diploma para Cláudio Castro, o vice, Thiago Pampolha, Romário e seus suplentes, além da deputada federal mais votada, Daniela do Waguinho, do União Brasil, que obteve 203.706 votos e do estadual mais votado, Márcio Canella (União Brasil), que recebeu 181.274 votos. Em seguida, outros desembargadores eleitorais diplomaram os demais deputados federais e estaduais eleitos.

A diplomação é importante por encerrar oficialmente o processo eleitoral, reconhecendo o resultado das urnas e habilitando os eleitos e eleitas para a investidura nos cargos para o exercício dos mandatos.

Quando o deputado federal reeleito Glauber Braga (PSOL) foi para a frente do palco receber o diploma, levantou um cartaz questionando a diplomação de Cláudio Castro, que, segundo ele, deveria ter o mandato cassado e sequer ser diplomado. O cartaz dizia: “Cláudio Castro não merece esse diploma”. Ao exibi-lo, o parlamentar foi vaiado e xingado pelos deputados da base governista. Uns poucos, da oposição, o aplaudiram. O presidente do TRE também criticou o protesto, afirmando que era preciso respeitar o resultado das urnas.


Deputado Federal Glauber Braga (PSOL) critica a diplomação do governador Cláudio Castro. Foto: Divulgação Alerj

Na última quarta-feira, 14, o Ministério Público Eleitoral no Rio pediu a cassação da chapa de Castro, do vice e de alguns deputados estaduais e federais eleitos em 2022, denunciados por suposto abuso de poder político e econômico e conduta vedada, na campanha eleitoral, pelo suposto uso de uma "folha de pagamento secreta", com 27 mil cargos temporários, na Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Estado do Rio de Janeiro (Ceperj) e mais 18 mil nomes na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Após a cerimônia, Castro criticou o protesto, fazendo uma referência ao seu adversário no pleito, o deputado federal Marcelo Freixo (PSB), segundo colocado nas eleições.

“Como disse o presidente Elton hoje, a eleição acabou. Aproveito isso para lembrar que a diferença entre o primeiro e o segundo colocado foi mais do que a votação que ele teve. Então, ele, que diz que defende tanto a democracia, respeite o resultado da urna, em vez de ficar gravando videozinho. Foram mais de 2.6 milhões de votos de diferença. Ele teve 2.3 milhões. É um desagravo aqui a milhões de pesssoas, ele dizer que as pessoas foram compradas. Alguém que quer governar o Rio tem que aprender a respeitar as pessoas. Dizer que elas foram compradas mostra o desespero e que o papel dele é ficar buscando emprego no governo federal, ficar lá puxando o saco para conseguir um empreguinho. A eleição acabou. Quem perdeu, que pelo menos perca com dignidade”, declarou Castro.

Sobre a denúncia do MPE, o governador mostrou-se tranquilo. “Teve a vontade popular. A questão do Ceperj foi discutida a eleição inteira. A minutagem de televisão, da crítica, foram mais de três horas e meia. A população sabia exatamente o que aconteceu. Eu expliquei em todos os debates, todas as entrevistas, todas as sabatinas, todos os programas eleitorais e a população, ainda assim, deu a maior votação da história de um governador do estado do Rio de Janeiro. O grande juiz disso é a população. Respeito direito do Ministério Público de litigar. Mas, 70 dias antes do pleito, os programas estavam todos encerrados. Se esta questão teve algo eleitoralmente, foi um prejuízo”, afirmou o governador.

Castro garantiu que terá uma relação respeitosa com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, diplomado na última segunda-feira (12). “Vai ser uma interlocução baseada em pautas. A democracia manda que todos os eleitos trabalhem juntos independente de coloração partidária. Eu fiz isso com a Assembleia, com os prefeitos e não tem porque não fazer isso com o governo federal. Com certeza será uma relação amistosa, respeitando a vontade popular, que me colocou aqui. A gente tem que acabar a eleição, arregaçar as mangas e começar a trabalhar”, finalizou.

Procurado pelo Portal Eu, Rio! após o evento, Braga afirmou ter esperança que o governador e o vice sejam cassados e não se incomodou com as vaias recebidas. “Vaia de aliado de Castro para mim é aplauso. O governador estabeleceu um grande esquema de compra de votos tanto no Ceperj quanto em relação aos cargos na Uerj. Como um sujeito que tem um conjunto de irregularidades como essas, crimes cometidos, vai se eleger e ser diplomado governador do estado? Merece prosperar a solicitação que o MP fez, robusta, para que o diploma dele seja cassado. Acho que ele vai ser cassado. Ele utilizou um esquema pesado de compra de votos, fazendo com que seus aliados estivessem nos espaços institucionais, com um monte de cargos fantasmas. Se houver justiça, o Claudio Castro não será governador e a gente tem que ter novas eleições no estado”, afirmou o psolista.






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