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Academia Brasileira de Letras promove Sessão da Saudade para Nélida Piñon

Traduzida em mais de 30 países, escritora foi primeira mulher a presidir a ABL, no centenário da Casa de Machado de Assis

Por Portal Eu, Rio! em 18/12/2022 às 18:45:08

Nélida Piñon foi a primeira mulher a assumir a presidência da ABL, em 1996, ano do centenário da Academia, e em 1997. Foto: Fernando Frazão Agência Brasil

A Academia Brasileira de Letras fará uma Sessão da Saudade no dia 02 de março, no Salão Nobre da entidade, em homenagem à autora Nélida Pinõn, que morreu nesse sábado (17) , aos 85 anos, em Lisboa, Portugal, onde morava.A ABL informou que trata-se de uma cerimônia tradicional, na qual os integrantes externarão o seu sentir e o seu pensar sobre a colega homenageada. A Câmara Brasileira do Livro (CBL) também lamentou a perda de "uma das mais brilhantes escritoras brasileiras".

Autora de mais de 20 livros, entre contos, romances, crônicas, ensaios e obras infantojuvenis, publicados em seus mais de 60 anos de carreira literária. Nélida foi também a primeira mulher a assumir a presidência da ABL, posto que ocupou em 1996, ano do centenário da Academia, e em 1997.

Diversas personalidades lamentaram a morte da escritora e jornalista, entre elas o cantor Gilberto Gil. Em seu perfil na internet, Gil escreveu que a literatura brasileira se despede de uma das suas principais escritoras, que ocupava a cadeira de número 30, desde 1989 e que será lembrada pela sua enorme contribuição à literatura, com obras como Guia-mapa de Gabriel Arcanjo, seu primeiro romance, publicado em 1961.

Ouça no podcast do Eu, Rio! a reportagem da Rádio Nacional sobre as homenagens e o legado de Nélida Piñon.

Descendente de galegos, Nélida Piñon nasceu na capital fluminense em 1937 e se formou em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Estreou na literatura com o romance Guia-mapa de Gabriel Arcanjo, publicado em 1961, que tem como temas o pecado, o perdão e a relação dos mortais com Deus.

Em 1984, lançou uma de suas obras mais marcantes: A república dos sonhos. No romance, baseado na história de uma família de imigrantes galegos, ela faz reflexões sobre a Galícia, a Espanha e o Brasil.

Seus escritos foram traduzidos em mais de 30 países e contemplam romances, contos, ensaios, discursos, crônicas e memórias, que renderam conquistas importantes, entre eles o Prêmio Jabuti, o mais tradicional reconhecimento literário do Brasil. Ela recebeu a honraria na edição de 2005 com o romance Vozes do Deserto. Nélida Piñon recebeu ao longo de sua carreira mais de 40 condecorações nacionais e internacionais.

No meio acadêmico, foi professora na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e obteve o título de Doutor Honoris Causa em instituições de ensino de diferentes países. Em 1998, foi a primeira mulher a alcançar esse feito na Universidade de Santiago de Compostela, na região da Galícia, na Espanha.

Sua morte foi lamentada por amigos nas redes sociais. "Um silêncio inacreditável se faz na alma dos que amam a literatura. A minha querida amiga de tantos anos, Nélida Piñon nos deixou há pouco em Lisboa. Ela me mandou esta foto semana passada, prometendo estar hoje no Rio para um almoço. Tristeza imensa", escreveu o jornalista, escritor e gestor cultural Afonso Borges. Junto à postagem, ele compartilhou uma imagem da escritora acariciando no colo seu cachorro de estimação.

O sociólogo Sérgio Abranches também prestou manifestou seu pesar. "Estou arrasado com a morte da amiga querida, Nélida Piñon. Era de uma doçura e gentileza inexcedíveis. Uma escritora forte. Uma mulher autodeterminada. Uma perda para o Brasil e para a literatura. Uma perda pessoal. Falamos pouco antes de ela partir para Espanha e Portugal", escreveu.

Por Portal Eu, Rio!

Fonte: Agência Brasil e Radioagência Nacional

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