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Em “Libertação”, Jully canta a beleza da vida livre dos animais

Cantora e compositora lança single e clipe clamando por libertação para todas as espécies

Por Portal Eu, Rio! em 24/12/2022 às 06:00:00

Foto: Divulgação


“Não há razão alguma para se conceder toda proteção ao corpo dos humanos e condenar os animais a todo tipo de exploração e abuso que culminam em seu abate ou morte.”

Entre tantos outros, o livro "Acertos Abolicionistas: A vez dos animais" (2017), de Sônia T. Felipe, vêm enriquecendo a bagagem da cantora e compositora Jully no aprofundamento de seus estudos sobre os direitos dos animais que habitam o nosso planeta. Unindo tanto pensamento crítico sobre o assunto à sua própria militância, Jully não para de pensar, escrever e criar canções voltadas para o tema. Depois de jogar para o mundo sete outras composições, e já se preparando para completar o repertório de seu próximo álbum, S.O.S., a artista decidiu lançou “Libertação” no último dia 9 de dezembro, véspera do Dia Internacional dos Direitos Animais – tópico sobre o qual a autora disserta nesse trecho do livro – e, desta vez, oferecendo uma melodia doce e exibindo belíssimas imagens no clipe que acompanha o novo single.

“Quando comecei a estudar e conhecer a realidade da vida dos animais neste nosso conceito de ‘mundo moderno’, chorei muito, mas saí da minha zona de conforto, e pude me colocar no lugar deles, usando minha voz para lutar por justiça e liberdade. O fato de não encararmos a verdade não faz com que ela desapareça. O mundo está cheio de injustiças, se não nos movimentarmos contra o que está errado, o mundo nunca muda. Comecei então a escrever e compor com mais propriedade sobre o tema. Usei em alguns clipes imagens impactantes sobre a realidade dos animais escravizados pelo ser humano para trazer consciência e propor uma mudança individual e coletiva. Em ‘Libertação’, optei por imagens que retratem o ideal de um animal podendo desfrutar de sua liberdade e plenitude”, conta Jully, que aparece entoando versos como “Todos temos coração / Animais humanizados ou não / Somos todos sencientes / Sentimos dor, amor, medos dormentes”.

Com produção de Grenville Ries e mixagem de Carlos Trilha, “Libertação” traz na melodia essa mesma leveza do clipe e da letra. Com uma ambiência sutil típica da obra de Jully, resultado das programações que Grenville comanda em suas experimentações, a faixa não traz uma pegada eletrônica como várias outras músicas de seu repertório: o piano se destaca, abrindo mais espaço para uma base mais orgânica e uma interpretação mais terna em versos como: “Não somos senhores do tempo / Não somos senhores das águas / Não somos senhores do vento / Não somos senhores de nada”.

“O ser humano se acha uma espécie superior, porém é a única que está destruindo o Planeta. Os animais são invisibilizados, mas eles deveriam ter o mesmo direito que nós humanos a viver a vida deles com liberdade, desfrutando seus próprios interesses. Os direitos fundamentais humanos, nada mais são do que os direitos fundamentais dos animais. A criação, o aprisionamento, a extração de qualquer matéria de seus corpos, o impedimento de criar seus filhotes de acordo com o éthos de sua espécie, o abuso emocional, sexual, psicológico, o assassinato..., violam seus direitos fundamentais, tanto quanto violam os direitos fundamentais humanos. Essa é uma música que fala de direitos animais, humanos ou não”, diz Jully, sempre estimulando o combate à escravização do animal.

“Libertação” ajuda a compor o álbum bilíngue que trará ainda “Humanizar”, “The beginning”, “Somos Todos Um”, “Distopia”, “Tears of Fireflies”, “Milk” e “Stolen Babies”. Esse oitavo lançamento de S.O.S. abraça mais uma vez essa causa. Um abraço bonito e que traz a imagem de Jully flertando com o imaginário – tanto no clipe dirigido por ela quanto na capa do single – e disseminando palavras harmoniosas como: “Todos temos direito à vida / Todos temos direitos iguais / Todos sentimos dor e medo / Todos precisamos de paz”.

Como escreveu a filósofa Sônia T. Felipe:

“Reconhecer os Direitos Animais nada mais é do que admitir que eles precisam ter seus corpos tão protegidos de qualquer ataque destrutivo quanto os humanos precisam, porque, igual a nós, são seres sencientes.”


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