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Apreensão de munições anula plano da quadrilha de Nem de invadir a Rocinha

Hoje, a comunidade está sob domínio de dois bandidos de confiança de Rogério 157

Por Mario Hugo Monken em 05/01/2019 às 12:02:58

Duda, filha de Nem, e o namorado Modelo tentaram retomar a Rocinha. Foto: Divulgação/Polícia Civil

A apreensão de 2 mil munições de calibre 762 (fuzil) em fevereiro do ano passado, em Paraty, na Região Costa Verde fluminense, frustrou um dos planos da quadrilha de Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, atualmente preso, de retomar a Favela da Rocinha, em São Conrado, na Zona Sul do Rio.

As balas estavam sendo levadas para o Rio pelo traficante José Adaílton de Lima Silva, comparsa de Nem, e segundo processo que tramita na Justiça do Rio seriam usadas em uma invasão à comunidade depois do Carnaval de 2018.

Após a apreensão deste material, o bando de Nem não tentou invadir mais seu antigo reduto.

José Adailton, que foi preso na ocasião da apreensão das munições, aparece em um vídeo obtido pela Polícia Civil do Rio em que a filha de Nem, Eduarda dos Santos Lopes, a Duda, negocia com integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) a retomada da Rocinha.

Por causa destas imagens, Duda e outros cinco bandidos (entre eles Nem e o próprio Adaílton) foram denunciados pelo Ministério Público Estadual e tiveram a prisão preventiva decretada.

O vídeo mostrou a filha de Nem junto com o namorado Adriano Cardoso da Silva, o Modelo, conversando com membros do PCC, Rafael Quatroni de Oliveira, vulgo Zoeira, e Joelton Gomes de Souza, o Shampoo, e negociando a compra de armas e munições para realização da invasão.

O Disque Denúncia está oferecendo uma recompensa de R$ 1 mil para quem prestar informações que ajudem nas capturas de Duda e Modelo.

O paradeiro dos dois é incerto. Um dos destinos pode ter sido a Vila dos Pinheiros, no Complexo da Maré, na Zona Norte, para onde foram parte dos antigos aliados de Nem, segundo consta em um processo na Justiça. O outro é o Complexo de São Carlos, no Estácio, Região Central do Rio.

Nem perdeu o controle da Rocinha em 2017 após um golpe planejado pelo seu antigo aliado, Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, que não aceitou entregar o comando da favela, e se associou à facção criminosa Comando Vermelho (CV). Em setembro do mesmo ano sua quadrilha tentou invadir a comunidade.

O antigo chefão da Rocinha havia determinado que Ramon Aleluia da Silva, conhecido como Manga, assumisse o controle da comunidade no lugar de Rogério.

Hoje, a Rocinha está sob domínio de dois bandidos, os traficantes Jhony Walace da Silva Viana, o Jhony Bravo e Leandro Pereira da Rocha, o Bambu, homens de confiança de Rogério 157. A recompensa pelos dois é de R$ 1 mil.

Eles organizaram um baile funk na Rocinha para comemorar o pedido de prisão para a filha de Nem. O vídeo da festa viralizou na Internet. Pelas imagens, foi possível ver traficantes, que faziam a segurança do baile, circulando tranquilamente com fuzis e pistolas entre os frequentadores.

Ao som de funk, os suspeitos apontam o armamento para o alto no ritmo da música. No vídeo ainda se ouve os frequentadores cantando um funk que faz alusão ao traficante Rogério 157.

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