BNDES pretende devolver R$ 100 bilhões ao Tesouro Nacional

O diretor financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carlos Thadeu de Freitas, anunciou ao "Estadão Broadcast" que, ainda em 2019, deve ser efetuado o repasse no valor de R$ 100 bilhões ao Tesouro Nacional. Carlos afirmou que a transferência estaria de acordo com o desejo do atual Ministro da Economia, Paulo Guedes, que pretende reduzir a dívida pública o mais rápido possível.

Já no seu discurso de transmissão de cargo, o atual Ministro da Economia insistiu que pretende modificar a responsabilidade dos bancos públicos. Na ocasião, ele disse que o objetivo seria focar nas pequenas empresas, pois elas não têm acesso a outros tipos de financiamentos.

Carlos Thadeu confirmou que a instituição precisa mudar as suas práticas e que dentro desta perspectiva ela vai sofrer uma redução.

"O BNDES tem que se reinventar. Não pode competir com os bancos privados emprestando giro para empresas que têm como captar. O tamanho do banco vai ser menor", comentou ao Broadcast.

Vale destacar que durante os governos dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o BNDES recebeu R$ 500 bilhões da União e isso afetou fortemente a dívida pública. Em 2015, iniciou-se a devolução dos empréstimos para a União. Até agora, já foram devolvidos um total de R$ 309 bilhões.

O Tesouro Nacional projeta que a dívida pública chegará a 81% do PIB em 2022. Esse é um cenário que seria pior sem a devolução dos empréstimos. Entretanto, o total que deve ser devolvido este ano vai depender do progresso dos gastos com empréstimos pelo banco de fomentação.

De acordo com os técnicos do BNDES, já havia a sinalização que teria espaço maior para o retorno do montante em 2019. Um valor que pode chegar a aproximadamente R$ 50 bilhões e aumentaria a devolução para R$ 76 bilhões. Em 2018, antecipadamente, as empresas quitaram R$ 25 bilhões ao BNDES por seus financiamentos. Agora, a expectativa é de que, com a queda dos juros, o pagamento antecipado poderia chegar a R$ 20 bilhões.