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Leandro: “Era capitão no título de 1986 e Bebeto chorou no meu ombro com a conquista”

Ex-jogador do Flamengo recorda que a maior emoção de sua carreira foi o gol de empate contra o Fluminense em 1985

Por Edison Corrêa em 11/01/2023 às 17:33:11

Leandro: "O Rio parava com o Campeonato Carioca". Fotos: Divulgação

Leandro “Peixe Frito”, ex-lateral-direito do Flamengo e da Seleção Brasileira, é um caso raro de jogador que vestiu apenas uma camisa de clube na carreira: a do Flamengo, por 411 vezes. Ele sempre considerou os campeonatos cariocas ´especiais´. “O de 1978, o primeiro título, com 19 anos e 18 partidas disputadas; os de 1979/79 (quando houve dois torneios estaduais no mesmo ano), com o tricampeonato... mas, pensando a fundo, o de 1986 foi maravilhoso porque não havia mais aquela geração vencedora de 1978 a 1983. Muitos jogadores saíram, só ficamos eu, Mozer, Andrade e Adílio daquela equipe que foi campeã mundial em 1981. Foi também o primeiro título do Bebeto, que havia perdido recentemente seu irmão. O Figueiredo, zagueiro, também havia morrido. Lembro que o abracei e disse que aquele título era para os dois. Ele chorou abraçado a mim no final do jogo. Me marcou também porque fui o capitão do time e vi aquela nova geração nascendo”, lembra.


Time do Flamengo Campeão Carioca de 1986.

O atleta, que terminou a carreira jogando na zaga, lembra que pegou a fase áurea do campeonato carioca. “Tínhamos América, Bangu, Madureira, Campo Grande, Olaria – times de bairros do Rio – além de outros, como Americano e Goytacaz, de Campos. Os estádios ferviam, era uma loucura! Hoje em dia, não tem o mesmo significado nem aquele valor: a gente queria primeiro ser Campeão Carioca para depois conquistar o Brasileiro. A rivalidade era incrível, sempre com o Maracanã lotado”, afirma.


Leandro em seu primeiro Campeonato Carioca, em 1978, quando conquistou o título; abaixo, ele, Tita e Andrade no banco em um dos jogos daquela competição estadual.


Para ele, foram momentos inesquecíveis. “O Rio de Janeiro parava, as bancas de jornais com as manchetes dos clubes em disputa, as praias e praças aglomeradas de gente comentando as partidas, era uma outra aura. Fecho os olhos e ainda vejo a torcida do Flamengo no estádio, não tem jeito. Quando paro para pensar em campeonatos cariocas, além dos títulos, lembro daquele meu gol de empate contra o Fluminense, nos últimos minutos, da intermediária, onde a bola bateu no travessão, nas costas do Paulo Vítor e entrou, em 1985. Foi a maior emoção que eu tive na minha carreira profissional como jogador”, recorda-se.

Gol de Leandro contra o Fluminense, em 1985: maior emoção da carreira; abaixo, a comemoração.


De acordo com Leandro, a quantidade de competições em disputa tirou o brilho do Campeonato Carioca. “No Flamengo, por exemplo, tem Supercopa, Recopa, Copa do Brasil, Carioca, Brasileiro, Libertadores e Mundial. Com isso, é quase obrigatório colocar um time misto no início da temporada”, diz. Ele acredita que isso atrapalhe o time no Cariocão. “Devido à quantidade de jogos e outras disputas de títulos, o clube não deve priorizar a competição no início, pois deve preparar a equipe neste período, colocar alguns novos jogadores, testá-los. Com o novo treinador, a equipe titular deve ir pegando conjunto nos treinos”, crê. Sobre favorito ao caneco, ele não titubeia: “não posso deixar o Flamengo de fora, porém acredito que o Fluminense, atual campeão, possa levar alguma vantagem, já que o foco estará todo nesta competição, pelo menos na fase inicial. Acho que existe um pequeno favoritismo tricolor, mas a qualidade do plantel rubro-negro pode suprir essa diferença”, conclui.


Leandro, o "Peixe Frito" do Flamengo.


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