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Mil pessoas morreram ou foram feridas por balas perdidas no Grande Rio

Dos atingidos desde julho de 2016, nada menos de 220 morreram, 172 deles em operações policiais

Por Portal Eu, Rio! em 13/01/2023 às 10:48:38

Varal com roupas de crianças e adolescentes atingidas por balas perdidas, montado na praia pelo Rio de Paz, ilustra gravidade do problema. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Um levantamento inédito realizado pelo Instituto Fogo Cruzado mostra que, em pouco mais de seis anos entre julho de 2016 e novembro de 2022, mil pessoas morreram ou foram feridas por balas perdidas na região metropolitana do Rio de Janeiro. Entre as vítimas, 220 foram a óbito e setecentas e 71 sofreram ferimentos. Somente em 2022, foram 20 mortos e 62 feridos.

Este ano, a mais nova vítima foi um funcionário da SuperVia, concessionária que administra o serviço de trens. Ele foi atingido na madrugada de quarta-feira quando fazia a manutenção da rede aérea. Foi atendido e recebeu alta no mesmo dia.

O coordenador regional do Instituto Fogo Cruzado no Rio de Janeiro, Carlos Nhanga, afirma que as operações policiais são grande parte do problema. Dos mil baleados, nesses seis anos, 624 foram atingidos na presença de policiais, e 172 pessoas morreram.

Carlos Nhanga ressalta ainda que além da morte de inocentes, essas ocorrências trazem impactos na vida de milhares de pessoas.

De acordo com os dados, o pior ano da série histórica foi em 2018, quando 252 pessoas foram vítimas de balas perdidas, 47 morreram e duzentas e cinco ficaram feridas. Nesse ano, a Região Metropolitana do Rio estava sob Intervenção Federal, em um período que durou 10 meses.

A violência também atingiu os agentes de segurança pública. No mapeamento feito entre julho de 2016 e novembro de 2022, no marco das mil vítimas de balas perdidas, 458 policiais militares foram mortos na região metropolitana do Rio.

Ouça no podcast do Eu, Rio! a reportagem de Fabiana Sampaio, da Radioagência Nacional, sobre as balas perdidas e o desafio do combate à violência no Rio de Janeiro.

Robson Rodrigues, antropólogo e pesquisador do LAV-UERJ, avalia que vários fatores estão na raiz do problema da violência armada no Rio. Eles vão desde a existência de grupos criminosos fortemente armados, a facilitação na aquisição de armas nos últimos anos, até a falta de investimento no trabalho de inteligência.

Em nota, o Governo do Estado do Rio informou que de acordo com o Instituto de Segurança Pública, os crimes contra a vida, incluindo morte por intervenção de agente do estado, apresentaram redução no acumulado de janeiro a novembro de 2022 em comparação ao mesmo período de 2021.

Por Portal Eu, Rio!

Fonte: Agência Brasil e Radioagência Nacional

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