O escritor e roteirista Stefano Volp lançou o seu quinto livro. “O Beijo do Rio”, da editora Harper Collins, seu primeiro thriller psicológico, tem como protagonista um homem negro e bissexual. A obra foi lançada em abril, para 30 mil assinantes, pela TAG-Inéditos, e, em julho, na Bienal do Livro, em São Paulo, para o restante do público.
A trama conta a história de Daniel, um jovem jornalista que retorna parasuacidadenatal na tentativa de investigar a morte de seu melhor amigo de infância. Lá, ele precisa enfrentar medos antigos e lidar com dores profundas, que tentou ignorar por anos. O escritor revela de onde vieram suas inspirações. “Acompanhar a jornada de um personagem que tem suas vulnerabilidades expostas e fragmentadas em busca de cura e respostas é uma ótima pista para o autoconhecimento. E é assim que a maioria dos thrillers psicológicos funcionam. Além de ter crescido lendo thrillers, ultimamente tenho me interessado em debater masculinidades na ficção. Daí o ponto de partida para iniciar esse livro”, revela Volp.
A obra, já disponível para venda no site da editora, tem 336 páginas. Volp possui muita versatilidade e gosta de explorar diversos temas envolvendo causas sociais, como racismo, LGBT+, saúde mental e conscientização social. “Escrevo as histórias que preciso contar. Elas aparecem para mim independentemente de gênero, por isso passeio em cada uma delas. Eu quero que as pessoas entrem em uma livraria e esbarrem em meus livros em diferentes seções ao mesmo tempo.Minha meta é atingir o máximo de públicos possíveis”, declara o autor, que tem livros de contos, literatura jovem-adulto, entre outros.
Com o objetivo de trazer mais protagonismo aos negros, Volp defende a literatura popular e diz que existe muita discriminação para com ela. “Acredito na literatura popular e uma boa parte dessa produção é feita e consumida por pessoas jovens. Percebo que uma parcela do mercado pouco prestigia, ou até desmerece, livros abraçados pelo públicoem massa. Acho injusto e preconceituoso. A sensação de desfrutar de um bom momento de leitura não deveria estar condicionada a um cânone literário. Precisamos de menos rótulos elitistas”, avalia.
Sobre Stefano Volp
É escritor, roteirista, tradutor e idealizador do Clube da Caixa Preta, um clube de leitura online com resgate de contos clássicos escritos por autores negros nos últimos séculos. Já trabalhou em salas de roteiro para streamings, como Netflix e Globoplay, além de escrever para veículos como a revista Veja e a Folha de S.Paulo. Atualmente, ele vem se desenvolvendo como roteirista explorando ainda mais seu lado criativo e eclético. Foi contratado pela plataforma de streaming Netflix para elaborar dois roteiros para séries em desenvolvimento.