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Mês da saúde mental marca um ano da inclusão da Síndrome de Burnout no CID

Especialista aponta a importância da gestão em saúde nas empresas e o melhor direcionamento técnico para o diagnóstico

Por Portal Eu, Rio! em 19/01/2023 às 09:54:16

Foto: Divulgação

O mês de janeiro é encarado por muitos como um recomeço de vida, revisões pessoais e planejamento de metas. Pensando nisso, esse mês foi escolhido para conscientizar sobre o cuidado com a saúde mental com a campanha Janeiro Branco. Em 2023, o movimento marca um ano da inclusão da Síndrome de Burnout na Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Considerada como um problema na saúde mental e um quadro psiquiátrico, a Síndrome de Burnout passou a ser oficializada como uma doença do trabalho, um “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”, desde janeiro de 2022.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicados em 2022, mostram que quase um bilhão de pessoas, incluindo 14% dos adolescentes do mundo, vivem com algum transtorno mental.

A situação foi agravada pela pandemia de covid-19 e os desconhecimentos sobre a importância de cuidarmos da saúde mental. Segundo dados da OMS, o Brasil é o país com mais casos de depressão na América Latina, além de ser o segundo no continente americano.

Estima-se que mais de 300 milhões de pessoas sofram com depressão, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde. Ou seja: mais do que nunca é necessário abordar o tema da saúde mental nas empresas, tanto em janeiro como no ano todo.

Com esta nova classificação, a doença passou a ser tratada de forma diferente e traz às empresas muito mais responsabilidades. “Quando uma empresa foca apenas no cuidado clínico e não cuida da saúde mental do seu trabalhador, ela o perde. E o perde porque este trabalhador passa a ter uma produtividade menor, altos índices de estresse, doenças associadas e acaba se distanciando do trabalho, se afastando ou saindo”, diz Ivo Neves, Diretor da SG4 Gestão Ocupacional, empresa especializada em soluções inteligentes para o cuidado e dedicação com a saúde e segurança dos colaboradores.

De acordo com Neves, isto ocorre não apenas por responsabilidade do trabalhador, mas pelo posicionamento das empresas que não se atentam aos ambientes extremamente pesados, tóxicos e assediadores que o que leva o trabalhador a desenvolver tais doenças.

“Os gestores que cuidam da saúde mental dos seus trabalhadores têm uma empresa melhor, mais ágil empresa, mais fluida e com um ambiente de trabalho muito melhor. No Brasil, poucas empresas cuidam da saúde física dos trabalhadores de forma cuidadosa e atenciosa e, infelizmente, este número é ainda menor se tratando de saúde mental e que ainda está associado a muito preconceito”, ressalta o gestor.

Para o especialista, é preciso respeitar e acolher o trabalhador que não está bem. “A gestão ocupacional deve incluir espaço para ouvir este trabalhador, conduzindo-o aos profissionais especializados para o ajudar. Negligenciar o cuidado com a saúde mental dos trabalhadores é colocar em risco a própria vida deles”, destaca Ivo Neves.

E o descaso destes problemas poderão se conduzir a uma depressão severa. “Um profissional neste estado não performa bem, pode ter falta de atenção no trabalho e inclusive ocasionar acidentes com afastamento ou até fatais”, pontua o profissional.

Por isso é essencial que as empresas não apenas proporcionem um ambiente saudável para seus trabalhadores, como também deem a devida atenção ao tema, o que inclui engajar presidentes, gestores e RH a cuidar na prática destes trabalhadores.

“Uma empresa que cuida de saúde mental é uma empresa que com um ambiente melhor e este ambiente conduz a empresa em uma jornada mais sustentável, com menos perda de funcionários, menor rotatividade e alta produtividade”, diz.


Ivo Neves: "ouvir o trabalhador é fundamental".

Ele ainda observa que o bom funcionário que não se sente valorizado irá, cedo ou tarde, buscar outras oportunidades, oportunidades que oferecem um ambiente de respeito e segurança.

“Atualmente, quando realizamos a gestão ocupacional em uma empresa, aplicamos uma anamnese de saúde ocupacional completa, captando além das questões físicas, informações ou sinais de assédio, desconfortos no local de trabalho, problemas de relacionamento com os pares, alta demanda de trabalho ou qualquer ocorrência que leve a estados graves de estresse (Burnout) ou outras doenças. É possível um olhar atento para estes traços, pois a partir deles, conseguimos encaminhá-lo para uma investigação de profissionais como psicólogos e psiquiatras, para o correto tratamento”, destaca Neves.

“Estamos solidificando nossa jornada em ESG e sustentabilidade. Dentro deste entendimento, existe um peso absurdo na questão de saúde do trabalhador, não só física, mas também mental. Uma empresa séria, que faz ESG de forma profissional, com profundidade nos temas Meio Ambiente, Social e Governança, deve também direcionar esforços para estruturar uma gestão de saúde mental, conectando com a gestão ocupacional. Apenas desta forma, a organização trabalhará no cuidado pleno do seu time”, finaliza o especialista.




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