Um dos maiores desafios na maternidade é trabalhar o equilíbrio emocional com a cobrança de ser mãe. Isso acontece devido à múltipla função que a mulher carrega, por ter que cuidar da casa, trabalhar fora e zelar pelo seu filho, tornando a maternidade frustrante, desenvolvendo em si ansiedade ou depressão.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 20% das mães em todo o mundo apresentam algum transtorno mental. No Brasil, a Fiocruz afirma que uma em cada quatro mulheres apresentam sintomas de depressão no período de 6 a 18 meses após o parto.
A Psicóloga Roberta da Vitória, do Abrigo Rainha Silvia, de Itaboraí/RJ, explica: ‘‘devido às diversas modificações que ocorrem decorrentes da gestação, muitas mulheres possuem problemas em lidar com essa nova fase, desencadeando o cansaço, irritabilidade e até mesmo a baixa autoestima, afetando diretamente as relações interpessoais, por se sentirem mais cobradas’’, comentou.
Tristeza, angústia e dificuldades de lidar com a maternidade podem ser característicos da depressão pós-parto, podendo se estender após anos desde o nascimento do bebê. ‘‘Exames como o pré-natal psicológico são essenciais para identificar, prevenir e cuidar da depressão pós-parto e outros fatores que podem contribuir para essa doença, como a violência doméstica, problemas financeiros e uso abusivo de drogas e antidepressivos. Estes fatores são importantes para serem identificados a fim de realizar o encaminhamento até um especialista para cuidados e tratamento’’, esclareceu Roberta.
A Psicóloga também abordou que a rede de apoio se faz necessária nesse momento. ‘’A rede de apoio é extremamente importante para a mulher e para o bebê, pois o processo do cuidado de ambos ajuda a fazer com que a mulher não se isole e desenvolva uma boa relação com a criança e consigo mesma,'' finalizou a Psicóloga.