Visando combater a discriminação racial existente na sociedade, o Centro Gestalt-Terapia Sandra Salomão deu um grito de alerta e irá lançar um curso antirracista para profissionais de algumas áreas como psicólogos, psiquiatras, psicoterapeutas e estudantes que sofrem na pele negra a dor do preconceito.
As inscrições podem ser feitas pelo telefone do CGT, no número (21) 2541-5186 e pelo WhatsApp (21) 96495-7888 e as aulas serão on-line já a partir de março.
O curso tem como objetivo proporcionar uma reflexão nas pessoas que buscam por espaços mais igualitários, visto que grande parte da psicologia ainda é formada por pessoas de cor branca.
O curso de capacitação é chancelado pelo CgT em parceria com o grupo "Encontro de Manas Psi", será ministrado pelas psicólogas responsáveis Daiane de Souza Mello e novamente Roberta Massot.
Já a ideia do curso surgiu por meio do "Projeto Roberta Massot: por uma reparação histórica", anunciado recentemente no mês da consciência negra em 2022, em prol dos movimentos antirracistas.
A idealizadora do projeto, Roberta Massot, que além de negra é psicóloga e militante das causas raciais, defende a ideia de que é preciso implementar práticas antirracistas mais efetivas.
“Nós queremos dar mais oportunidade de estudo e trabalho aos negros dentro da Psicologia, principalmente dentro da Gestalt-terapia. A Psicologia ainda é branca em sua maioria. Existem poucos negros atuando na área, o que muitas vezes dificulta o atendimento de quem está do outro lado e precisa ser acolhido de igual para igual", explicou e garantiu que a ideia vai além de curar os traumas de quem sofre o racismo, mas especialmente de incluir e capacitar mais pretos especializados na Psicologia e no ambiente Gestáltico.
Mas Roberta Massot não está sozinha nessa e conta com a amiga e psicóloga Sandra Salomão, que abraçou a proposta que vem de encontro às iniciativas do novo governo, apesar de não ter uma ligação política, mas social. Segundo elas, a ideia é preparar profissionais de todas as etnias, mas especialmente brancos, para dar o devido acolhimento às pessoas negras, vítimas do racismo nas consultas terapêuticas.
“Não dá mais para não tratar do assunto por achar que é um exagero, ou excesso de vitimização. As pessoas estão cada vez mais doentes por não se sentirem respeitadas e quanto necessário, acolhidas. É o mínimo a se fazer ao falarmos de reparação histórica”, definiu Sandra Salomão, psicóloga diretora do CgT e professora da Pontifícia Universidade Católica (PUC).
O Janeiro Branco, mês em que psicólogos de todo o mundo têm em pauta as abordagens voltadas para a saúde mental, especialistas reforçam que “os traumas não curados arrastam consequências para uma vida inteira o que pode deixar complexos, dores e até a mudança de comportamentos, dentre eles os causados pelos tipos de preconceitos, e em maior número, o racismo que nunca sai de pauta”.
Recentemente o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a lei que equipara o crime de injúria racial ao de racismo, que é inafiançável e imprescritível.
Anteriormente em posse, o atual ministro dos Direitos Humanos, Sílvio de Almeida, já havia reafirmado o racismo como “um problema estrutural enraizado na sociedade que precisava ser combatido por meio de políticas públicas”.
Fonte: Conecta Comunicação