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Italiano foragido do Brasil é encontrado na Bolívia

Cesare Battisti foi capturado pela polícia boliviana em Santa Cruz de La Sierra

Por Portal Eu, Rio! em 13/01/2019 às 13:28:56

Foto: Marcelo Casal/Agência Brasil

O italiano Cesare Battisti, de 64 anos, foi capturado no sábado (12/01), na Bolívia. Battisti foi condenado à prisão perpétua em seu país, mas desde 2004 vivia no Brasil. No mês passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a extradição do estrangeiro, mas ele fugiu. Desde então, a Polícia Federal vinha desencadeando, sem êxito, uma série de operações para prendê-lo.

Segundo as autoridades bolivianas, Battisti foi capturado em Santa Cruz de La Sierra, uma das principais cidades da Bolívia, por volta das 17h. Segundo relatos da polícia, o italiano caminhava tranquilamente pela rua, quando foi abordado pelos policiais. Ele não resistiu à prisão e falou em português com os agentes. Battisti estava usando calça azul, camiseta, óculos escuros e barba falsa.

As autoridades avaliam se a extradição de Battisti para a Itália será feita diretamente da Bolívia ou se o italiano será enviado primeiro ao Brasil e depois para a Europa. Há uma aeronave do governo italiano, em território boliviano, com agentes da Aise (a agência de inteligência daquele país), aguardando orientações.

Fontes não identificadas do Ministério do Interior italiano disseram ao jornal “La Repubblica”,  que não descartam que Battisti volte para a Itália entre este domingo e segunda-feira (13/01).

A condenação

Battisti foi condenado à prisão perpétua em 1993 sob a acusação de ter cometido quatro assassinatos na Itália nos anos 1970. Segundo as autoridades italianas, Battisti integrava o grupo denominado Proletários Armados pelo Comunismo, um braço das Brigadas Vermelhas. Para as autoridades brasileiras, Battisti é terrorista. Mas ele se diz inocente dos crimes.

Battisti fugiu da Itália para a França e depois para o Brasil, quando chegou em 2004. Ele foi preso no Rio de Janeiro em março de 2007. Dois anos depois, o então ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu refúgio ao italiano.

O governo italiano pediu ao Brasil a extradição de Battisti. No fim de 2009, o STF julgou o pedido procedente, mas deixou que a decisão final fosse dada pelo então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, que negou a extradição.

O presidente Jair Bolsonaro, mesmo antes de empossado, defendia a extradição de Battisti. Em setembro de 2017, o governo da Itália pediu ao presidente Michel Temer que o Brasil revisasse a decisão sobre Battisti. No dia 13 de dezembro de 2018, o italiano teve a prisão determinada pelo ministro Luiz Fux, do STF.

Em sua decisão, Fux disse que caberia ao presidente extraditar ou não o italiano porque as decisões políticas não competem ao Judiciário. No dia seguinte à decisão do ministro, o então presidente Michel Temer autorizou a extradição de Battisti, que já havia fugido do endereço que estava em poder da Polícia Federal (PF).

Desde então, a PF deflagrou uma série de operações para prender Battisti. A polícia chegou a divulgar 20 simulações sobre a possível aparência do italiano. No fim de dezembro, a PF já havia realizado mais de 30 buscas, na tentativa de localizar o italiano.

 

 

 

 

 

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