Cesare Battisti chega à Itália após quase 40 anos

O avião que levou o ex terrorista de volta à Itália, chegou em Roma às 11 horas e 37 minutos desta segunda-feira (14) horário local. Cercado por agentes do serviço especial italiano e de forças policiais, Cesare Battisti disse: "Agora eu sei que vou para a cadeia".

Cesare Battisti escapou de uma prisão italiana em 1981 enquanto aguardava julgamento por quatro acusações de homicídio cometido quando era membro do grupo terrorista Proletários Armados pelo Comunismo.

Ele foi condenado à revelia em 1990 pelos assassinatos de dois policiais, tendo um papel no assassinato de um açougueiro e planejando o assassinato de um joalheiro que morreu em um tiroteio. Ele nega o envolvimento nos assassinatos, mas assume ser membro do grupo.

Depois de fugir da Itália, refugiou-se na França e se disfarçou como escritor de romances. Deixou a França para o Brasil em 2004, mas foi preso no Rio de Janeiro em 2007. Cesare passou anos sob custódia, mas em 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva recusou o pedido de extradição da Itália e o libertou.

Durante a campanha presidencial, Jair Bolsonaro prometeu imediatamente extraditar Battisti. Ele assumiu o cargo em 1º de janeiro, duas semanas depois de o presidente cessante, Michel Temer, assinar uma ordem de extradição para Battisti.

Battisti foi capturado na Bolívia no sábado à tarde. Ele andou sozinho pelas ruas de Santa Cruz della Sierra, quando foi interceptado por agentes da Interpol que o prenderam sem resistência. Horas depois, foi entregue às autoridades italianas e embarcou em um avião da Força Aérea Italiana especificamente enviado pela Itália.

O voo partiu diretamente de Santa Cruz para Roma, mas não passou do Brasil, apesar do presidente Jair Bolsonaro ter anunciado que Cesare seria enviado ao Brasil. De acordo com fontes italianas, o Governo da Itália não enviou Cesare ao Brasil, por medo de alguma manobra que seus advogados brasileiros poderiam tentar junto ao Supremo Tribunal Federal do Brasil.

O Ministro do Interior Italiano, Matteo Salvini, disse: "Battisti foi preso na rua, desarmado e não resistiu, respondeu à polícia em português e mostrou um documento brasileiro confirmando sua identidade. Agora a Itália está esperando por ele."

A prisão foi um esforço conjunto entre a Itália, Bolívia e Brasil, com a ajuda dos oficiais antiterroristas da Itália.

Cesare Battisti foi condenado à prisão perpétua, e será levado para a penitenciária de Rebibbia, onde permanecerá em isolamento por seis meses. Sua cela ficará na ala de segurança máxima, reservada para terroristas e criminosos internacionais.