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Militantes no combate à Aids criticam exoneração de diretora engajada na causa

Médica comandava setor do Ministério da Saúde responsável pela prevenção do HIV

Por Robson Machado em 14/01/2019 às 22:56:11

Adele Benzaken dirigia o Departamento de Vigilância do Ministério da Saúde desde 2016.. Foto: Divulgação

Entidades engajadas no trabalho de prevenção e combate à Aids e demais doenças sexualmente transmissíveis se uniram para prestar apoio à médica sanitarista Adele Benzaken, exonerada do cargo de diretora do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das ISTs, do HIV e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. O departamento tem a função de promover iniciativas para a redução do HIV e das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), além de desenvolver ações que resultem numa melhor qualidade de vida para os pacientes.

Para várias das entidades que militam na causa, a doutora Adele vinha desenvolvendo um ótimo trabalho na direção do departamento e não deveria ter sido afastada do cargo.

Adele Benzaken dirigia o Departamento de Vigilância do Ministério da Saúde desde 2016. Foi na gestão da médica sanitarista que o Ministério passou a utilizar a chamada PrEP, Profilaxia Pré-exposição. A medida determinava a ministração de antiretrovirais como prevenção da Aids e não apenas como tratamento. A iniciativa é considerada por várias entidades de militância no combate à doença e por profissionais das comunidades médica e científica um avanço. Com a exoneração de Adele fica a dúvida quanto à continuidade das políticas praticadas pela médica sanitarista.

Uma das entidades que manifestou grande preocupação com a saída de Adele foi a ABIA, Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids. A entidade. A associação de posicionou através da seguinte nota:

"Esperamos que seja garantido o direito à prevenção de todos os cidadãos e cidadãs, independente do tipo de família, orientação sexual, raça, gênero, religião, fase de vida, região onde habita ou situação econômica, com a atenção, em especial, de todos e todas aqueles em condições de maior vulnerabilidade ao HIV/AIDS, incluindo prostitutas, populações em situação de rua ou indivíduos privados de liberdade, ou ainda os usuários de drogas.

Que se promova a prevenção combinada, a qual inclui o uso do preservativo e as Profilaxias Pré (PrEP) e Pós-Exposição (PEP), juntamente com o combate ao estigma e defesa dos direitos humanos. "

Pesquisador de estudos clínicos no Centro de Referência e Treinamento em DST/AIDS de São Paulo e coordenador do Comitê de Aids da Sociedade Brasileira de Infectologia, José Valdez Madruga, também lamentou a exoneração de Adele. " Em sua gestão, o Brasil voltou a ser referência mundial no enfrentamento da Aids, declarou o médico infectologista.

A exoneração da doutora Adele Benzaken foi classificada pelo Ministério da Saúde como uma renovação natural da equipe. O comando da pasta garantiu que, mesmo com a exoneração do cargo de diretora, Adele foi convidada a continuar ajudando no desenvolvimento de políticas para o setor. O novo diretor do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das ISTs, do HIV e Hepatites Virais do Ministério da Saúde é Gerson Pereira, que atuava como adjunto de Adele no mesmo órgão.




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