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ANS regula partos para evitar cesarianas em excesso nos planos privados

Oito em cada dez nascimentos na rede particular foram por cesáreas, proporção sem parâmetro técnico no mundo

Por Portal Eu, Rio! em 07/02/2023 às 10:48:20

Desde seu lançamento, o Movimento Parto Adequado já evitou mais de 20 mil cesáreas desnecessárias, com uma redução de 16% nas internações em UTI neonatal, pelos dados da ANS. Foto: Divulgação ANS

Problemas graves, em especial a elevada proporção de cirurgias cesarianas – muito acima das praticadas no mundo – motivou a Agência Nacional de Saúde, responsável pela regulação e fiscalização dos planos, a instituir uma Certificação em Parto Adequado.

“Os dados apurados pela ANS apontam que 81,76% dos partos realizados na saúde suplementar em 2021 foram por via cesariana. Esses percentuais não encontram parâmetro técnico no mundo”, destacou o diretor de Desenvolvimento Setorial da Agência, Maurício Nunes.

Por sua vez, a gerente de Estímulo à Inovação e Avaliação da Qualidade Setorial, Ana Paula Silva Cavalcante, ressalta que "Desde seu lançamento, o Movimento Parto Adequado já evitou mais de 20 mil cesáreas desnecessárias, com uma redução de 16% nas internações em UTI neonatal”, alerta.

A diretoria colegiada da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou, na reunião realizada no dia 06/02, a proposta de implementação da Certificação de Boas Práticas na Linha de Cuidado Materna e Neonatal (CBP Parto Adequado). O objetivo é estimular operadoras de planos de saúde e suas redes assistenciais a adotarem medidas que garantam às mulheres o direito ao pré-natal, parto e puerpério de qualidade e seguros, melhorando a experiência da beneficiária e os resultados em saúde de mães e bebês.

De acordo com o diretor de Desenvolvimento Setorial, Maurício Nunes, a Certificação em Parto Adequado foi eleita para compor o Programa de Certificação de Boas Práticas em Atenção à Saúde por ser essa uma área crítica e prioritária, com questões importantes a serem enfrentadas. O diretor citou, como exemplos, além do número desproporcional de cesáreas, a desarticulação na rede de atenção, a ausência de coordenação do cuidado e a necessidade de incremento no monitoramento e avaliação dos resultados em saúde.

Angélica Carvalho, diretora-adjunta de Desenvolvimento Setorial, explica que: "É importante fornecer às mulheres informações de saúde para que possam adotar o melhor autocuidado possível e disponível. Nesse sentido, é de suma importância divulgar e informar que o parto vaginal espontâneo, é considerado mais eficiente pela literatura cientifica e ciência médica, podendo gerar maiores e melhores benefícios às gestantes e aos recém-nascidos”.

Definição de Boas Práticas teve cooperação da ANS com Saúde e Hospital Albert Einstein

A CBP Parto Adequado se dá no âmbito do Programa de Certificação de Boas Práticas em Atenção à Saúde das Operadoras de Planos Privados de Saúde, regulamentado pela RN nº 506. Integra a fase 3 do Movimento Parto Adequado e contou a participação de diversos parceiros entre eles o Hospital Israelita Albert Einstein, e o Institute for Healthcare Improvement (IHI), com o apoio do Ministério da Saúde, para promover práticas seguras e de qualidade.

A Certificação de Boas Práticas em Atenção à Saúde é um processo voluntário de verificação da conformidade com os requisitos estabelecidos pela ANS para redes de atenção ou linhas de cuidado específicas de operadoras estratégicas para o setor de saúde suplementar. A verificação é feita por meio de auditorias realizadas, por entidades acreditadoras em saúde independentes, mas que devem ser reconhecidas pela ISQua (The International Society for Quality in Health Care) ou pelo Inmetro, e homologadas pela ANS.

Monitoramento começou pela Atenção Primaria à Saúde, em 2018

A primeira certificação do Programa de Certificação de Boas Práticas em Atenção à Saúde das Operadoras de Planos Privados de Saúde, lançada em dezembro de 2018, foi em boas práticas em Atenção Primária à Saúde (APS). O programa previu na época a possibilidade de criação e inclusão de outras certificações em outras linhas de cuidado prioritárias., como a linha de cuidado materna e neonatal.

Certificado é para operadoras com infra e práticas clínicas seguras para gestantes e bebês

A Certificação em Parto Adequado é concedida às operadoras que atendam aos critérios estabelecidos pela ANS no Manual de Certificação de Boas Práticas na Linha de Cuidado Materna e Neonatal como a realização de práticas clínicas adequadas, a disponibilidade de recursos humanos e materiais, além de outros aspectos relacionados à infraestrutura, letramento, experiência da beneficiária e qualidade do atendimento.

Para participar, a operadora deverá preencher alguns requisitos:

não estar em plano de recuperação assistencial;

não estar em regime especial de direção técnica ou fiscal;

ter um desempenho mínimo do IDSS igual ou maior que 0,5; e

apresentar uma cobertura populacional mínima baseada no total de partos cobertos no período de 12 meses anteriores.

A CBP Parto Adequado se baseia em quatro pilares: I) Organização da jornada da gestante; II) ênfase no cuidado pré-natal; (III) Adoção de boas práticas baseadas em evidências científicas; (IV) Coordenação da Linha de Cuidado Materna e Neonatal. Dessa forma, abrange todo ciclo gravídico e puerperal.

Os requisitos e critérios detalhados estão descritos no Manual de Boas Práticas na Linha de Cuidado Materna e Neonatal (CBP Parto Adequado). O documento estabelece práticas e padrões para a melhoria da qualidade do cuidado às gestantes e recém-nascidos. O manual define diretrizes e critérios para a qualidade dos serviços de saúde oferecidos a essa população, incluindo aspectos como gestão, infraestrutura, processos assistenciais, relações com pacientes e profissionais, entre outros.



      Fonte: Agência Nacional de Saúde

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