O senador eleito Flávio Bolsonaro requereu ao Supremo Tribunal Federal a suspensão das investigações sobre as movimentações financeiras atípicas de Fabrício Queiroz, "até que o Relator da Reclamação se pronuncie". O Ministério Público do Rio de Janeiro divulgou nota oficial informando a suspensão e não se manifestará sobre o mérito da decisão, por causa do absoluto sigilo que cerca a tramitação do processo.
A suspensão foi uma decisão monocrática do juiz de plantão no Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux.
O ex-motorista e ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro faltou a duas convocações. O mesmo aconteceu com sua filha, Natalia Queiroz, demitida da Alerj e contratada pelo gabinete do então deputado federal Jair Bolsonaro no mesmo dia.
Os parentes do ex-motorista Queiroz, arrolado pelo Conselho de Consultoria de Atividade Financeira (COAF) por movimentar R$ 1,2 milhão em um ano, valor em tese incompatível com seus ganhos mensais na Alerj, mas alegaram estar acompanhando o patriarca na internação para retirar um tumor maligno. Queiroz está internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, o mesmo em que seu antigo patrão, Jair Bolsonaro, completou a recuperação da facada sofrida no dia 6 de setembro, no atentado cometido por Adelio Bispo de Queiroz.
Flávio Bolsonaro foi convocado para depor na quinta-feira passada, dia 10 de janeiro, dois dias depois das convocações dos parentes de Queiroz. O senador eleito, contudo, usou suas prerrogativas de deputado estadual e não compareceu ao depoimento.
Nas redes sociais, repetiu o argumento de que nada havia de irregular nas movimentações, mas que por isso mesmo se colocava à disposição para esclarecimento.
Um dos depósitos que mais chamou atenção, na intensa movimentação da conta do ex-motorista, foi no valor de R$ 24 mil, para a conta da primeira dama, Michelle Bolsonaro. Numa das poucas vezes em que abordou em detalhes a investigação, o presidente Jair Bolsonaro argumentou ter emprestado R$ 40 mil a ao amigo Queiroz, ex-policial militar que trabalha para a família, em diferentes gabinetes, há mais de uma década.
O problema de saúde foi o argumento esgrimido por Queiroz perante o Ministério Público. Não o impediu, contudo, de dar uma entrevista ao SBT. Sua explicação para os altos valores constantes em sua conta era o fato de trabalhar em paralelo com a recompra e venda de automóveis usados. Não detalhou, contudo, as razões dos depósitos para os colegas de gabinete