Policiais civis da 5ª DP (Mem de Sá) deflagram, nesta quarta-feira (15/02), uma operação para reprimir roubos e furtos de aparelhos de telefone celular no Centro do Rio. O objetivo é cumprir 19 mandados de prisão e 12 de busca e apreensão, na capital e nos municípios de São Gonçalo, Nova Iguaçu, Japeri e Arraial do Cabo. Até as oito da manhã, sete pessoas foram presas. A ação é resultado de investigações iniciadas desde 2021. Os alvos são integrantes de uma organização criminosa que se especializou em subtrair aparelhos e vender para outras vítimas como se fossem lícitos.
O delegado Deoclécio Assis, titular da 5ª DP e responsável pela operação, alerta para os riscos desse tipo de crime, que muitas vezes os autores pode nem saber que estão cometendo.
– Ao comprar um celular sem nota fiscal, de procedência duvidosa, o cidadão pode estar cometendo o crime de receptação. Esse tipo de compra, que parece vantajosa pelo preço abaixo do praticado no mercado, alimenta toda uma cadeia criminosa e pode ter custado a vida de uma vítima – alerta o delegado.
De acordo com o Dr. Deoclécio Assis, existem sinais claros de que o aparelho que está sendo vendido pode ser produto de roubo ou furto. Além do preço atrativo, os receptadores costumam exigir o pagamento à vista ou por meio de pix e combinam a entrega sempre na rua ou em estações do metrô.
– Fuja de sites duvidosos e perfis desconhecidos em redes sociais. Compre sempre em lojas confiáveis, com nota fiscal legal e garantia de procedência lícita – recomenda o titular da 5ª DP. – E se for vítima de roubo ou furto, procure sempre a delegacia, para que o crime seja investigado e os autores sejam identificados e responsabilizados.
O MPRJ obteve junto à 2ª Vara Especializada da Capital, a expedição de 19 mandados de prisão e 17 de busca e apreensão contra os acusados pelos crimes de organização criminosa, estelionato e receptação qualificada. A Polícia Civil, por meio da 5ª Delegacia de Polícia, cumpre os mandados nesta quarta-feira (15/02) na operação “Ligação Direta”.
A investigação conseguiu identificar diversas vítimas e apurar o modo de operar dos criminosos. De acordo com a denúncia, eles anunciavam os aparelhos celulares da marca Apple em um site de compras (OLX) e marcavam o encontro para a venda em pontos movimentados da cidade, geralmente em estações do metrô localizadas no Centro. No local, entregavam o aparelho com notas fiscais espúrias e consumavam o negócio, inclusive utilizando maquininha para cartão.
De acordo com a ação, os aparelhos eram objetos de crimes de roubo ou furto ou, ainda, falsificados, e estavam bloqueados. Quando as vítimas se davam conta de que haviam sido lesadas, não conseguiam mais fazer contato com os criminosos. Para inspirar mais confiança das vítimas, os denunciados entregavam notas fiscais falsas de lojas oficiais da Apple, além de acessórios de celular, como fones de ouvido e carregadores.
A denúncia, oferecida em janeiro, relata que os criminosos utilizavam repetidamente os mesmos modelos de nota fiscal e números de IMEI – espécie de código de identificação do aparelho –, o que sinaliza que os crimes derivam de um mesmo tronco organizacional.
Os mandados expedidos pela 2ª Vara Especializada estão sendo cumpridos nos municípios do Rio de Janeiro, São Gonçalo, Duque de Caxias, Magé, Arraial do Cabo, Japeri, Nova Iguaçu e Mesquita.
Fonte: Polícia Civil e Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro