A Mocidade Independente de Padre Miguel foi a terceira escola do Grupo Especial e entrar na avenida na primeira noite de desfile, neste domingo (19). A agremiação apresentou o enredo “Terra de meu Céu, Estrelas de meu Chão”, do carnavalesco Marcus Ferreira, exaltando o trabalho dos 400 artistas do Alto do Moura, de Caruaru, em Pernambuco, que são discípulos de Mestre Vitalino.
O carnavalesco conseguiu trazer para a avenida um pouco da história de vida desses artistas, que ele conheceu quando estava fazendo turismo em Pernambuco. As alas e alegorias da Mocidade expressaram o legado de Mestre Vitalício, um dos grandes nomes da cultura popular brasileira. Um dos pontos altos do desfile da agremiação foi o carro ilustrando um vilarejo de Alto do Moura, que concentra os trabalhos dos artistas do lugar.
Na sequência dos desfiles, a Unidos da Tijuca trouxe para a Marquês de Sapucaí a cultura e misticismo da Baía de Todos os Santos, na Bahia. O carnavalesco Jack Vasconcelos conseguiu traduzir em alas e fantasias a sensação de estar nesse lugar que ele considera mágico. Para isso, ele usou de criatividade e efeitos lúdicos para encantar o público. Os carros alegóricos simbolizaram as histórias de pescadores, as festas regionais, as lendas das sereias e botos e deram um show de cores e brilho. A atriz Juliana Alves brilhou como Iemanjá. Quando passava em frente aos jurados, as luzes da Sapucaí foram apagadas e a atriz surgiu como estivesse flutuando, levando o público ao delírio.
O Salgueiro, quinta escola a entrar na avenida, agitou as arquibancadas com o enredo "Delírios de um paraíso vermelho", que abordou a liberdade de expressão. O grande homenageado pela agremiação foi o carnavalesco Joãosinho Trinta, um dos mais famosos do carnaval carioca. No carro abre-alas, o carnavalesco Edson Pereira usou duas composições acopladas que alcançaram o limite permitido na avenida: 95 metros de extensão. A grandiosidade da composição foi para expressar uma das características das obras de Joãozinho Trinta: vencer os limites. As alegorias da escola foram um ‘reviver’ nos carnavais de Trinta pelas escolas de samba das quais ele passou.
Mas nem tudo foi glamour para o Salgueiro. Com carros gigantescos, a escola teve trabalho na entrada da Avenida. Com dificuldade para manobrar, um dos carros mais bonitos do desfile quase não entrou, prejudicando a evolução ao criar buraco no desfile da escola.
A verde e rosa fechou a primeira noite de desfiles da elite do carnaval carioca. O enredo da Mangueira esse ano aborda a cultura africana na Bahia, através da música e do próprio carnaval, dando destaque à questões como o empoderamento feminino e o racismo.
Os carros alegóricos e fantasias da Mangueira ilustraram os cortejos afros baianos do século 19 e a sua evolução até os dias atuais. Foram lembrados na avenida as manifestações culturais como a dança do Congo, com a participação de blocos e afoxés baianos. Destaque também para as paradinhas da bateria em ritmo de funk. Além de Alcione, na Comissão de Frente.
Os carnavalescos Guilherme Estevão e Annik Salmon usaram e abusaram das coreografias em alas. Um trio elétrico baiano levantou o público nas arquibancadas. A cantora baiana Margareth Menezes, atual ministra da Cultura, foi um dos destaques da escola.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) realizou na primeira noite de desfiles do Grupo Especial 450 atendimentos, nos postos instalados pela prefeitura no Sambódromo. Do total de atendimentos, 26 pacientes que apresentaram quadros graves foram transferidos para hospitais da rede.l
Os diagnósticos mais comuns foram de intoxicação por excesso de bebida alcóolica, lesões nos pés, torções, mal estar devido ao forte calor e picos de pressão.
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