Boa parte daqueles que visitam a Igreja de São Sebastião, na zona norte do Rio de Janeiro, não sabem da importância histórica da "Igreja dos Capuchinhos", como ela é popularmente conhecida.
Com mais de 2 metros de altura, a pedra originalmente teria sido colocada às margens da Baía de Guanabara, mas depois foi levada para a Igreja. E como a colonização portuguesa veio atrelada à catequização católica, está não é a única igreja que conta a história de formação do Rio, como explica o historiador Rafael Mattoso.
Ouça no podcast do Eu, Rio! a reportagem de Tatiana Alves, da Rádio Nacional, sobre 'as pedras pisadas do cais', os marcos ocultos das muitas lutas que construíram a cidade mais conhecida e visitada do Brasil.
Espalhados pela cidade, há muitos monumentos históricos pouco conhecidos da população carioca e menos ainda dos milhões de turistas que visitam o Rio de Janeiro anualmente. E alguns deles resistiram a grandes mudanças ocorridas nos últimos 458 anos. O Morro do Castelo, por exemplo, onde a ocupação do Rio de Janeiro começou, foi literalmente posto abaixo no início do século passado. Mas Rafael Mattoso conta que alguns vestígios ainda podem ser vistos.
Mas a cidade não começou com a chegada dos portugueses. O jornalista Rafael Freitas, autor do livro “O Rio antes do Rio” e biógrafo de Araribóia, o principal líder indígena do século XVI, reforça a herança indígena que a cidade carrega. Um exemplo é o nome do principal estádio do Brasil, o Maracanã, palavra de origem TUPI, que nomeia uma espécie de papagaio abundante na região àquela época e que significa “como o chocalho maracá”.
Apesar de os povos indígenas do Rio de Janeiro terem sido praticamente dizimados, a contribuição deles para a formação da cidade continua. Que digam os cariocas, termo que nomeia a pessoa nascida na capital fluminense. A palavra é de origem tupi. Seu significado é casa de branco.
Já Guanabara, que é o nome da Baía que banha grande parte do litoral carioca, significa "Braço de Mar" em tupi-guarani. Descoberta pelos portugueses em janeiro de 1502, a formação foi confundida como a foz de um grande rio e por ser janeiro, foi então chamada de Rio de Janeiro, batizando a cidade e o estado.
Agência Brasil e Radioagência Nacional