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Denúncia do MP descreve como milicianos de Rio das Pedras ganhavam dinheiro em cima dos moradores

Há cobranças para diversos tipos de serviços, sob ameaça de ataques dos criminosos

Por Mario Hugo Monken em 22/01/2019 às 20:14:27

Foto: Fábio Costa

A denúncia do Ministério Público Estadual contra os milicianos que atuam nas comunidades Rio das Pedras e Muzema, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, traz informações de como os grupos paramilitares faturavam dinheiro em cima de moradores.

Segundo o documento, uma das principais áreas de atuação da milícia era a Rua Velha. Lá, dentro de uma escola municipal, os criminosos exploram um estacionamento no qual cobravam R$ 100 mensais de cada motorista. Quem não pagava, tinha o carro danificado.

Na mesma rua, os milicianos exigiam R$ 100 semanais de cada comerciante sob ameaça de tomar o estabelecimento em caso de não pagamento.

Na Avenida Engenheiro de Souza Filho, em Rio das Pedras, os bandidos vendiam pontos nas calçadas para a instalação de barracas.

Na localidade de Areal, os milicianos se utilizaram de um terreno de uma escola que desabou para montar um estacionamento na qual cobravam R$ 80 mensais dos motoristas.

Na praça da associação, em Rio das Pedras, os milicianos cobrariam de R$ 100 a R$ 1.000 por mês dos comerciantes sendo que os próprios integrantes do grupo paramilitar estariam construindo lojas em via pública ou vendendo o ponto das mesmas. 

A denúncia traz uma informação de que até mesmo uma praça foi vendida pelos milicianos em Rio das Pedras. Em outro informe, os milicianos são acusados de cobrir uma praça para fazer um espaço de eventos (com músicas que fazem apologia a sexo e ao crime) 

Em uma outra rua das comunidades, todas as sextas-feiras, os milicianos, armados com pistolas, cobravam taxas para funcionamento do gatonet (R$ 50), Internet (R$ 70), depósito de gás (R$ 90) e gato de luz (R$ 100 por residência).  

Os moradores que se recusavam a pagar eram agredidos fisicamente por integrantes da quadrilha e eram expulsos das suas próprias residências que, depois, são alugadas de forma irregular pelos bandidos. 

Em outro ponto do Rio das Pedras, próximo de um campo de futebol, os criminosos cobravam também R$ 100 de comerciantes sob pena de tomar a loja deles. 

Nas ruas A, B, C E D, comerciantes eram obrigados a pagar uma taxa de R$ 80 por semana para os milicianos que passavam armados nos estabelecimentos para cobrarem. Quem não paga em dia é ameaçado.

As investigações revelaram que era dentro da Associação de Moradores de Rio das Pedras eram produzidos todos os tipos de documentos necessários à realização das transações ilícitas da organização criminosa, como a ocultação de patrimônios dos seus integrantes, principal manobra utilizada para encobrir os seus rastros.

Segundo informações, integrantes das associações de moradores, em conluio com milícia, invadiam residências dizendo estar a procura de armas e drogas mas furtam os pertences dos moradores, abusa das meninas adolescentes mesmo na presença de familiares e executavam usuários de drogas  

Consta ainda na investigação que, no dia 24 de outubro do ano passado, um dos milicianos ofereceu propina de R$ 3 mil a funcionário da Prefeitura do Rio a fim de que pudesse obter a regularização e liberação para o funcionamento de empresa vinculada à organização criminosa.

Os milicianos ganhavam dinheiro ainda a com venda e locação ilegais de imóveis, receptação de carga roubada e agiotagem.
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