Na sua última ida a uma unidade do INSS, na Praça da Bandeira (RJ), a advogada Ingrid Almeida contou que teve que acionar a Comissão de Prerrogativas da OAB-RJ para conseguir ser atendida de acordo com a sua condição de prioridade profissional. Na ocasião, ela informou que só havia dois funcionários atendendo uma enorme quantidade de usuários.
"Como advogada, precisei recorrer ao meu direito porque uma das pessoas que estava no guichê me disse que, naquela agência, eles não cumpriam as prerrogativas. A funcionária afirmou que não tinha gente suficiente para isso. Contudo, não só eu, mas outros contribuintes com direito a prioridade estavam sendo ignorados. Os cidadãos não podem pagar por uma negligência do estado", lamentou a advogada.
Ingrid também relatou que os problemas são inúmeros. Ela acredita que eles começam na dificuldade para ser atendido via telefone e ficam evidentes nas condições dos próprios espaços físicos disponibilizados para prestar assistência
Segundo Sheila Mafra, Sub-procuradora da Comissão de Prerrogativas da OAB/RJ, os chamados para o posto da Praça da Bandeira é comum.
"Temos muitas chamadas referentes a esse posto e estamos em contato com a gerência de atendimento para resolver o problema de forma definitiva. De fato, sabemos que há escassez de pessoal, como na maior parte do serviço público. Mas o advogado tem a prioridade garantida por lei e decisão judicial. O respeito a essa prerrogativa é fundamental, até mesmo, para o bom andamento do trabalho do INSS, pois quando se trata diretamente com o advogado há menor chance de erro, vez que é um profissional especializado", afirmou Sheila.
De acordo com a sub-procuradora, isso também revela mais uma garantia ao cidadão, que no momento em que precisa de auxílio com a previdência procura um profissional especializado, que será capaz de resolver a questão de forma mais célere e eficaz.
Abandono e Precariedade
Os problemas com umas das principais instituições do país não se limitam apenas ao atendimento. Se conseguir falar pelo telefone 135 é um dos maiores obstáculos dos contribuintes, nas agências físicas da Previdência Social a situação também não é das melhores.
Na realidade, elas parecem que são um reflexo da crise econômica que atravessa o sistema previdenciário brasileiro. Na unidade citada no início desta matéria, por exemplo, o descaso pode ser visto a olho nu. O cenário se resume a pouca gente trabalhando, muitas pessoas aguardando atendimento, além de cômodos sem nenhum cuidado ou manutenção.
A reportagem do Portal Eu,Rio! procurou o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) com intuito de esclarecer os fatos. No entanto, até o fechamento da matéria, não obteve nenhuma resposta em relação ao assunto.