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Beto tira lições de derrota para o México há vinte anos e pede cautela ao Brasil

Com passagem pelos quatro grandes do Rio, jogador foi vice campeão da Copa das Confederações em 1999

Por Joel Silva em 01/07/2018 às 13:22:00

(FOTO: Arquivo pessoal)

O México terá contra o Brasil dois tabus pela frente. O primeiro é passar para as quartas de final da Copa do Mundo, situação que não acontece desde 86, e  olha que não faltaram oportunidades para isso, já que desde 94 a equipe méxicana sempre passa da fase de grupos, mas acaba eliminada nas oitavas de final. O outro tabu é a própria Seleção Brasileira, afinal de contas o México nunca venceu o Brasil e nem sequer marcou um gol em Copas do Mundo.

Na história dos Mundiais, México e Brasil se enfrentaram em quatro jogos, com três vitórias brasileiras, 4 a 0 na Copa de 50, 5 a 0 em 54 e 2 a 0 em 62, além do empate por 0 a 0 na Copa de 2014. Em compensação, tirando Copa do Mundo, podemos dizer que o Brasil é freguês do México em decisões. Foram quatro ao todo, sempre com o time mexicano ficando com o título. Duas vezes campeão da Copa Ouro, em 96 e 2003, uma medalha de ouro, nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, além da Copa das Confederações, em 99, competição em que o ex-volante Beto, com passagens pelos quatro grandes clubes do Rio de Janeiro, participou e ficou com o vice-campeonato. Beto relembrou aquela decisão, opinou sobre o trabalho do Tite e revelou a sua expectativa para o jogo de amanhã. Confira a entrevista exclusiva ao Portal Eu, Rio!:

Qual a sua expectativa para a partida entre Brasil x México?

A expectativa é grande. Nós sabemos das dificuldades que o Brasil tem encontrado contra o México. Jogadores que marcam muito bem e com qualidade, muito rápidos na frente. Então precisamos tomar cuidado. Vai ser um grande jogo e agora começa a prova de fogo. É mata ou morrer, mas tenho certeza que o Brasil leva.

O que está achando do esquema tático adotado por Tite em que privilegia os atacantes da seleção?

O trabalho do Tite é parecido com o do Corinthians. Joga para achar um gol, mexe sempre nas mesmas peças. Faz um gol e espera o time adversário sair e com os jogadores da frente que fazem a diferença consegue a vitória.

Se você estivesse ainda estivesse em atividade, acredita que se encaixaria nesse sistema de jogo?

Eu acho que sim. Jogava como segundo volante, armando o jogo de trás, chegando no ataque. Lógico que teria que marcar, mas teria muita facilidade em chegar no ataque.

Até porque, para quem jogou ao lado de craques como Adriano, Edmundo, Romário e Petkovic, não seria mistério atuar com Neymar. Não é?

Graças a Deus tive a oportunidade de jogar com grandes craques como fenômeno, Ronaldo, Romário, Edmundo, Rivaldo, então não teria problema nenhum em jogar com o Neymar. Acho injusto essa cobrança em cima dele até porque o time tem Paulinho, Coutinho, Gabriel Jesus.

Beto disputou 20 jogos e fez 2 gols pela Seleção Brasileira.

(FOTO: Arquivo pessoal)

Você foi um volante habilidoso que tinha qualidade com a bola nos pés. Ajudava na marcação, dava passes e ainda aparecia no ataque para fazer gol. Qual a sua avaliação da atual dupla de volantes da seleção Paulinho e Casemiro?

Os dois se encaixaram perfeitamente na Seleção. Casimiro marca bastante mas sabe chegar na frente. O Paulinho já chega mais na área, para fazer gol. Então essa dupla se encaixou melhor tanto que são titulares absolutos.

Em 1999, você fez parte do grupo da Seleção Brasileira que perdeu para o México o título da Copa das Confederações. Você lembra como foi aquele jogo?

Foi um jogo muito difícil e marcou bastante, já que eu queria muito aquele título. Mas jogando na casa do adversário, com a torcida em cima, a gente acabou sentido um pouco e ali você a força do time mexicano e acabamos perdendo aquela final.

Na época, o técnico Vanderlei Luxemburgo abriu mão de jogadores experientes como Taffarel, Dunga, Bebeto e Romário, para convocar atletas que estavam se destacando pelo Brasil afora. Você acha que isso influenciou?

Eu acho que não. Ele estava dando oportunidades para jogadores que estavam se destacando e os caras mais experientes também vinham de competições, então deu moral para os jogadores mais jovens. A culpa foi nossa, não do treinador. Se a gente tivesse ganhado, o Luxemburgo seria elogiado, como perdemos, ele levou a culpa. É a pressão do futebol.

Aquele time contava com jogadores de muita qualidade como Alex, Serginho, Zé Roberto, você, entre outros. Naquela época, Vanderei Luxemburgo foi massacrado pela imprensa brasileira. Acha que houve exagero?

Com certeza houve exagero da imprensa que queria os jogadores de peso, sem pensar nos que lá estavam. A seleção tinha Alex, Ronaldinho Gaúcho, Vampeta, Zé Roberto, Dida, jogadores de qualidade. O time não era fraco. 

De lá para cá, o México se tornou pedra no sapato da Seleção Brasileira. O que é preciso fazer para evitar uma nova surpresa?

Errar o menos possível para conseguirmos uma classificação tranquila, porque senão será bastante doloroso.

Por onde anda e o que está fazendo o Beto atualmente?

Jogando pelo master do Flamengo, viajando bastante pelo país a fora. Bem tranquilo.

Brasil e México entram em campo na segunda-feira, em Samara, às 11 da manhã, horário de Brasília. O vencedor enfrenta Bélgica ou Japão.

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