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Filho de doméstica vendeu seu primeiro projeto aos 19 anos por R$ 350 mil e hoje fatura milhões

Nascido na Baixada Fluminense, Bruno Ramos fundou startup que fornece produtos de data analytics

Por Portal Eu, Rio! em 10/03/2023 às 12:25:03

Bruno tornou-se sócio do proprietário da Polishop. Foto: Divulgação

Aos 15 anos, Bruno Ramos teve contato com a computação pela primeira vez, em curso técnico popular, em Queimados, cidade da Baixada Fluminense que já foi considerada uma das mais violentas do Brasil. Filho de um funcionário da construção civil e de uma doméstica, ele viu sua vida mudar aos 19 anos, quando criou seu primeiro projeto e o vendeu por R$ 350 mil. Hoje, sua empresa, a HartB, uma startup de inteligência artificial e ciência de dados, fatura R$ 40 milhões por ano.

“Ainda aos 19 anos, desenvolvi meu primeiro produto na área de inteligência artificial e vendi esse produto para uma grande empresa brasileira. Na época, consegui vendê-lo por R$ 350 mil. Era muito dinheiro, principalmente para um garoto da periferia da Baixada Fluminense que fez uma venda de 350 mil. Meus pais, humildes, decidiram investir o pouco que tinham na minha educação e dos meus irmãos. E deu certo!", recorda Bruno.

Daí em diante, já dominando os conceitos de computação, o que posteriormente tornou-se a base para o desenvolvimento de seus projetos, Bruno projetou um algoritmo para otimização de produções agrícolas e o apresentou no programa Shark Tank, já em 2016. Ramos vendeu 30% dessa solução para João Appolinário, proprietário da Polishop, de quem virou sócio.

No primeiro ano de operação, a startup faturou R$ 1,2 milhão, com crescimento 100% bootstrap, isto é, com recursos próprios. Mas o acesso ao investimento não foi facilitado. “A parte mais difícil da história sempre foi o acesso a capital. Fui chamado de gênio várias vezes, só que mesmo sendo chancelado, o acesso ao dinheiro sempre foi limitado”, relembra Ramos.

No ano passado, a HartB atraiu apoio da Endeavor e do Google, integrando o Black Founders Fund, projeto da big tech que apoia empreendedores negros. Atualmente, a startup atua em duas frentes: possui uma ferramenta que coleta dados através de sites públicos, que estão distribuídos na internet, sobre uma determinada pessoa ou conjunto de pessoas para análise de comportamento; e também possui um segundo produto que otimiza a jornada do cliente dentro de uma empresa ajudando na recuperação daqueles que saíram da operação e na ativação de novos. A plataforma funciona no modelo SaaS (software as a service), e as soluções podem ser conectadas a qualquer CRM.

A empresa também presta serviços de consultoria a fim de estruturar plataformas de dados para clientes e fabricar softwares exclusivos. O tíquete médio para os produtos é de R$ 247,5 mil e, para serviços, cerca de R$ 577,5 mil. Hoje, o faturamento é de 70% de serviços e 30% de produtos. O modelo do negócio é voltado para operações B2C, focando em empresas de médio e grande porte, mas já existem planos de modelar um produto para atender pequenas empresas a um custo relativamente baixo.

Com alguns clientes no exterior, a startup pretende apostar na expansão internacional este ano. A expectativa é dobrar o time de funcionários, abrindo 138 vagas. Hoje, são 100 colaboradores.










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