Em comemoração aos 70 anos da Escola de Samba Beija Flor, a exposição “70 anos Beija-Flor de sambas, enredos, memórias e comunidade” será apresentada no Centro de Artes Calouste Gulbenkien. A homenagem ficará dois meses em exposição, começando dia 22 de janeiro e terminando em 22 de março.
A mostra reúne fotos, áudios e esculturas e apresenta a devoção de toda uma comunidade a essa tradicional escola, além de abordar sobre as transformações estéticas importantes no Carnaval carioca. Os visitantes poderão conhecer também as matriarcas, a passista, a porta-bandeira e o intérprete que são símbolos da agremiação.
Na noite desta segunda-feira (21), aconteceu a abertura da exposição que contou com a presença de vários convidados. Entre eles, os intérpretes Neguinho da Beija-Flor e Gilson Bacana, o mestre-sala Claudinho, o jornalista e sambista Haroldo Costa e um dos fundadores do bloco Beija-Flor, em 1948, Helles Ferreira.
Outra convidada ilustre e homenageada que também esteve presente na abertura oficial da mostra foi a porta-bandeira da escola Selminha Sorriso. Uma personagem importante para a escola que, em sete décadas, celebrou o crescimento da agremiação. "Estou muito feliz porque a história da minha escola foi resgatada e está protegida. É importante preservar a história das escolas de samba. Somos um povo sofrido, que superou muitos obstáculos e está aqui hoje. Isso é mágico”, disse Selminha.
Alguns enredos que marcaram época poderão ser recordados nessa especial homenagem. Entre eles “A criação do Mundo na Tradição Nagô”, “A grande constelação das estrelas negras” e “Ratos e urubus, larguem a minha fantasia”.
Uma das figuras mais emblemáticas da agremiação estará evidenciada na exposição representando assim sua valiosa passagem durante seus anos de dedicação a Beija Flor. Joãosinho Trinta, que a partir dos anos 1970 revolucionou a estética da escola e do carnaval brasileiro, recebe destaque em fotos e objetos.
Além dele, outros importantes carnavalescos da trajetória da escola serão homenageados. Milton Cunha, Alexandre Louzada, Rosa Magalhães e Maria Augusta, também fazem parte da mostra.
A exposição recebe o patrocínio da Prefeitura do Rio, através da Lei Municipal de Incentivo à Cultura - Lei do ISS. Para Nilcemar Nogueira, Secretária Municipal de Cultura do Rio, essa mostra abre caminho para novas homenagens e eventos no local além de valorizar a história dessa grande escola de samba. "Estamos transformando o Calouste em um centro de referência sobre carnaval e esta exposição é o primeiro grande projeto nesta direção. A mostra valoriza a história dos sambistas e de uma comunidade aguerrida que transformaram a Beija-Flor em uma das maiores escolas do nosso carnaval, a mais representativa manifestação cultural do Rio", afirma Nilcemar.
Serão mais de 200 itens, entre cadernos de enredos, fotos, esculturas, troféus, medalhas e antigos sambas de exaltação desconhecidos do grande público, que ficarão responsáveis por contar a história da Azul e Branco de Nilópolis O acervo passeia pela história da “Deusa da Passarela” desde o surgimento como bloco, em 25 de dezembro de 1948, passando pelo primeiro desfile como escola de samba, em 1954, até a transformação em potência dos desfiles na Marquês de Sapucaí.
Marcando presença nos carnavais cariocas a Beija Flor é a atual campeã do carnaval carioca com 14 títulos no total. Estando atrás apenas da Portela e Mangueira, ela é a terceira maior vencedora.
Assinando a curadoria da exposição, juntamente com Marcelo Campos, Wagner Gonçalves se sente honrado em fazer parte deste momento tão especial. “É uma honra apresentar essa história que transformou muitas vidas e produziu muita cultura com criatividade e fazendo revolução. Está tudo contemplado na exposição de forma poética e acho que a comunidade vai se reconhecer”, afirma Wagner.
Quem quiser conferir essa rica homenagem, ela estará no Centro de Artes Calouste Gulbenkian na Rua Benedito Hipólito, 125, no centro da cidade. Será apresentada de segunda a sábado, das 9h às 17h com entrada gratuita.
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