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SISU: Lentidão no sistema prejudica candidatos mais pobres

Nas primeiras horas de terça-feira (22), foram registrados 309 mil acessos.

Por Jonas Feliciano em 23/01/2019 às 16:40:52

Candidatos reclamam da lentidão no sistema para confirmar a inscrição. Foto:Divulgação

Nesta terça-feira (22), começaram as inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (SISU). De acordo com o Ministério da Educação (MEC), na primeira edição de 2019, estão sendo ofertadas 235.461 vagas em 129 instituições de ensino superior do país. Ontem, já nas primeiras horas, foram registrados 309 mil acessos.

Para acessar a página oficial do programa, os estudantes interessados devem ter em mãos o número de inscrição e a senha do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Contudo, de acordo com muitos candidatos, desde o início da disponibilização das vagas, o sistema apresentou alguns problemas de lentidão, o que acabou gerando algumas dificuldades para a confirmação da inscrição.

Segundo o Frei David Santos, presidente da ONG Educafro (Educação e Cidadania de Afro-descendentes e Carentes), a situação é muito grave, pois os alunos pobres são vítimas do acesso à internet sem grande qualidade.

"Quando o site está constantemente sobrecarregado, o aluno pobre que tem uma internet fraca consequentemente desanima. Na verdade, os mais pobres desanimam por muito pouco. Ainda assim, parabenizamos o INEP pela inovação atualizando a concorrência a cada seis horas, mas por outro lado achamos que é necessário ampliar a capacidade do sistema para garantir que mais pobres não sejam tão prejudicados e desmotivados", destacou o Frei.

O Frei também informou que, na sexta-feira (25), a organização vai reunir um grupo de alunos mais carentes e que não possuem computador em casa na sede do projeto para que todos possam conseguir uma vaga em uma universidade pública.

"Vamos estar com eles até a última hora de inscrição. Afinal, a atualização do site a cada seis horas torna a competitividade desonesta para esses candidatos. O aluno pobre tem uma escola pública totalmente desfacelada. De cada dez alunos da Educafro que frequentaram a rede pública, nove dizem que os professores não orientam ou incentivam que eles disputem uma vaga na universidade pública. Portanto, a maioria deles são treinados, consciente ou inconscientemente, para serem mão de obra barata e não para tentarem o que há de melhor no Brasil", relembrou.

O presidente da Educafro ainda destacou que é impossível melhorar o Brasil só com uma vaga na Universidade pública. Ele afirmou que é fundamental que os alunos recebam bolsa moradia e alimentação. Mas os governos federais tem negado ou cortado as verbas das universidades para este fim, tão importante para a garantia automática de que todos os pobres que entrem nas universidades.

O que diz o MEC

Em nota, o MEC divulgou que está tomando as providências para reduzir os problemas no sistema. A recomendação da área técnica do órgão é que o estudante que tenha dificuldades de acesso atualize a página de inscrição antes de preencher os dados.

Ainda de acordo com a instituição, a instabilidade foi causada por um grande número de acessos espontâneos na rede. O sistema, que nas edições anteriores, recebia de 25 a 30 mil acessos simultaneamente, registrou picos de até 350 mil acessos em um único dia.

Por isso, nesta edição a novidade testada foi a divulgação de corte para todos os cursos em quatro momentos (7h, 12h, 17h e 20h). No sistema anterior, a divulgação dos resultados se limitava a um horário (meia-noite), a partir do segundo dia de inscrição.

O MEC avisou que os quatro horários se repetirão até sexta-feira (25). A divulgação da nota de corte à meia-noite será mantida até quinta-feira, dia 24.



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