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Presidente Jair Bolsonaro afirma em entrevista que estão usando o filho para atingi-lo

Flávio Bolsonaro é investigado por movimentação financeira atípica

Por Leonardo Pimenta em 24/01/2019 às 09:54:24

Foto: Wilson DIas/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) concedeu em Davos (Suiça) nesta quarta (23), a noite uma entrevista a uma emissora brasileira sobre as denúncias envolvendo seu filho Flávio Bolsonaro no caso Coaf. Jair Bolsonaro afirmou que acredita na inocência do filho e que ele está dando as devidas explicações sobre as movimentações financeiras suspeitas nos relatórios do Coaf. Segundo Jair estão tentando atingi-lo através de seu filho.

“Acredito nele. A pressão enorme em cima dele é para tentar me atingir. Ele tem explicado tudo o que acontece com ele nessas acusações infundadas. Nós não estamos acima da lei. Pelo contrário, estamos abaixo da lei. Agora, que se cumpra a lei, não façam de maneira diferente para conosco. Não é justo atingir o garoto, fazer o que estão fazendo com ele, para tentar me atingir. O Brasil vai muito bem e nós não recuaremos no nosso propósito de fazer o Brasil e colocar no lugar de destaque que ele merece. Ao meu filho, aquele abraço. Fé em Deus que tudo será esclarecido, com toda certeza”, disse o presidente na entrevista à TV Record.

Na parte da manhã o presidente já havia dado uma entrevista à agência de notícias Bloomberg onde relatou que se seu filho estiver errado e for provado, ele pagará por suas atitudes.

"Se, por acaso, ele errou e isso ficar provado, eu lamento como pai, mas ele vai ter que pagar o preço por essas ações que não podemos aceitar", disse Bolsonaro à agência Bloomberg.

Acusações contra Flávio Bolsonaro

O MPRJ, está investigando o atual senador Flávio Bolsonaro por movimentações financeiras atípicas em 2016, apresentadas no relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) no período em que ainda era deputado estadual. O relatório entregue ao Ministério Público do Rio de Janeiro durante a Operação Furna da Onça, aponta movimentação incomum dele e de outros 26 deputados e 74 assessores.

No caso de Flávio Bolsonaro a investigação aponta que seu ex-assessor Fabrício Queiroz, fez movimentação incompatíveis com sua renda no valor de R$ 1,2 milhão na conta pessoal. Nessas transações existiam transferências bancárias e depósitos realizados por oito funcionários que trabalharam no gabinete do deputado. Uma das funcionárias do gabinete envolvida nesses depósitos é Raimunda Veras, mãe do ex-policial militar, Adriano Magalhães da Nóbrega, suspeito de fazer parte de uma milícia na Zona Oeste do Rio. Na folha de pagamento da Assembleia Legislativa (ALERJ), Raimunda recebia o salário líquido de R$ 5.124,62 e transferiu em torno de R$ 4,6 mil para a conta de Fabrício. Adriano Magalhães é suspeito de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Nessas movimentações bancárias encontras pelo Coaf, na conta de Queiroz consta a compensação de um cheque de R$ 24 mil pago à primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e saques em dinheiro no mesmo valor.

Fabricio Queiroz recebia da ALERJ o salário de R$ 8,51 mil e juntamente como salário da Polícia Militar acumulava o ganho de R$ 12,6 mil mensais. Ele foi dispensado do gabinete do deputado Flávio Bolsonaro no dia 15 de outubro do ano passado.

Além da movimentação financeira de Queiroz, o relatório do Coaf também apresentou a informação que 48 depósitos no valor cada de R$ 2 mil foram realizados na conta pessoal de Flávio em um período de dois meses em um caixa-eletrônico de uma agência bancária na ALERJ.

Segundo o senador Flavio Bolsonaro os depósitos bancários em sua conta pessoal advêm de uma transação imobiliária. Sobre as transações de seu assessor argumenta que Fabrício Queiroz é que dar as devidas explicações.

Sobre o caso envolvendo Flavio Bolsonaro, o Deputado Federal, Marcelo Freixo (PSOL) na última terça (22) deu a seguinte declaração em uma rede social:

“Importante ação do Ministério Público do Rio de Janeiro com as prisões de milicianos envolvidos com grilarem de terra. A notícia de que foram pessoas envolvidas no caso Marielle Franco precisa ser investigada, já que as prisões não foram feitas pela Delegacia de Homicídios, que investiga o caso. Dois dos principais alvos da operação, o major PM Ronald Pereira e o ex-capitão do Bope Adriano Magalhães, foram homenageados por Flávio Bolsonaro na Alerj. Além disso, a mulher e mãe de Adriano foram assessoras do Flávio. As milícias precisam ser enfrentadas e não homenageadas. A família Bolsonaro deve explicações à sociedade.”  

 

        

 

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