Rússia adverte que interferência dos EUA na Venezuela podem levar a derramamento de sangue

A Rússia alertou nesta quinta-feira (24) que as ações dos EUA na Venezuela para reconhecer um líder da oposição como presidente podem levar à ilegalidade e derramamento de sangue no país. O Ministério das Relações Exteriores russo afirmou em comunicado que os eventos na Venezuela estão chegando a um ponto perigoso. Ele disse que Washington estava mostrando um desrespeito pelo direito internacional.

O líder da oposição venezuelana, Juan Guaido, declarou-se presidente interino na quarta-feira, conquistando o apoio de Washington e levando o atual socialista Nicolas Maduro, que liderou a nação rica em petróleo desde 2013, a romper relações diplomáticas com os Estados Unidos.

Em uma entrevista à revista russa "International Affairs" publicada na quinta-feira, Sergei Ryabkov, vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, disse que Moscou apoiaria a Venezuela para proteger sua soberania e o princípio de não-interferência em seus assuntos internos.

Questionado sobre a perspectiva de intervenção militar dos EUA na Venezuela, Ryabkov disse que Washington deve se manter bem claro.

"Nós alertamos contra isso", disse ele. "Consideramos que seria um cenário catastrófico que abalaria as bases do modelo de desenvolvimento que vemos na América Latina".

A perspectiva de Maduro ser deposto é uma dor de cabeça geopolítica e econômica para Moscou, que, ao lado da China, tornou-se um credor de última instância para Caracas, emprestando bilhões de dólares à medida que sua economia implode.

Também forneceu apoio militar. Dois bombardeiros estratégicos russos capazes de transportar armas nucleares desembarcaram na Venezuela no mês passado em uma demonstração de apoio que enfureceu Washington.