Na primeira grande operação após a mudança de comando no Parque Estadual da Costa do Sol (PECS), 21 casas recém-construídas foram demolidas, quatro pessoas foram presas por crime ambiental e vários equipamentos foram apreendidos em Arraial do Cabo. A operação aconteceu nos distritos de Figueira e Monte Alto, onde foi registrada a maioria dos incêndios criminosos nos últimos dias. O novo chefe do parque, Marcelo Morel, afirmou que os invasores e incendiários não terão trégua e que a operação continua até domingo.
"Escolhemos Arraial do Cabo para começar as operações porque os maiores incêndios e invasões ocorreram lá. Descobrimos que os invasores têm uma técnica para devastar as áreas de mata nativa. Usam facões e machados para derrubar as árvores e depois usam pneus velhos para acelerar a combustão das fogueiras. Priorizamos Arraial do Cabo, mas estamos de olho nos demais municípios onde também estão ocorrendo incêndios criminosos para facilitar invasões", afirmou Morel.
O PECS começa em Saquarema e vai até Búzios, com áreas também em Araruama, São Pedro da Aldeia, Arraial do Cabo e Cabo Frio. Na operação de ontem, o INEA contou com apoio do 25º BPM (Cabo Frio) e agentes da coordenadoria de crimes ambientes, além de guarda-parques e fiscais do INEA de Araruama e do Rio. Doze casas não foram demolidas porque estavam habitadas, mas as habitações foram cadastradas e a demolição será feita por via judicial se os invasores não demolirem os imóveis em 72 horas.
Durante a operação, foram retiradas cercas de 40 lotes, dez poços artesianos foram destruídos e um caminhão-pipa foi apreendido. Um homem foi preso por furto de energia e um corretor de imóveis foi detido por vender lotes em área de preservação. A fiscalização também apreendeu facões, machados e duas moto-bomba. A operação contou com o apoio de uma retro escavadeira, um caminhão caçamba e dois drones.
"Todos os invasores eram moradores do local, com segunda residência. Eles foram advertidos de que o esquema de invasão acabou, que a tolerância agora será zero e sem trégua. Com o poder de polícia ambiental, o chefe do parque e os guarda-parques podem fazer demolições administrativas em áreas de preservação no PECS e nas APAs vinculadas. Estamos exercendo nosso poder de polícia ambiental", explicou Morel