Condomínios contratam gestoras para fugir dos riscos da inadimplência

A taxa média de inadimplência dos condomínios continua alta no Rio de Janeiro. Dados compilados no mercado apontam para um percentual entre 8% e 12%, dependendo da região. Existem unidades que apresentam um rombo na casa dos 25%, devido à falta de pagamento da cota mensal. Segundo o gerente de Novos Negócios da Cipa, Bruno Queiroz, o tombo nas receitas condominiais acaba afetando o planejamento feito por síndicos e administradores. Uma das saídas encontradas para evitar riscos operacionais é a contratação de empresas especializadas em antecipação de receitas, como forma de garantir a arrecadação completa.

- A falta de previsibilidade financeira dificulta o pagamento de contas, incluindo salários de funcionários, o investimento em manutenção e demais ações necessárias no dia a dia de um condomínio. Todos esses fatores acabam gerando conflitos e desgastes difíceis de serem dimensionados – explica Queiroz.

A gerente da Garantiza, Mayara Poiares, empresa que atua no segmento de antecipação de receitas para condomínios, diz que a operadora assume o controle da emissão dos boletos.

- O condômino inadimplente passa a dever à Garantiza e não mais ao condomínio, que mantém o seu caixa em dia. Existem condomínios que trocaram uma inadimplência de 25% por uma taxa de 5%, que a empresa cobra quando assume o controle da cobrança – detalha Poiares.

Ela destaca que, além de garantir a antecipação dos valores globais aos condomínios, independente da inadimplência, a empresa fica responsável pela cobrança judicial, emissão e entrega dos boletos.

O representante da Cipa, que administra mais de 1.300 condomínios, destaca que a saúde financeira das unidades foi muito afetada pela crise econômica, pela pandemia e a consequente alta do desemprego, além da queda do poder aquisitivo da população. Segundo Queiroz, todos esses fatores contribuíram para um desequilíbrio no caixa dos condomínios.

- Por isso, temos apresentado essa solução aos condomínios sob o guarda-chuva da Cipa. Sabemos o quanto os síndicos e administradores sofrem com a redução do caixa provocada pela inadimplência. O objetivo é manter a contas saudáveis para que os serviços continuem sendo prestados com segurança e qualidade – resume Queiroz.