O governo federal anunciou que vai limitar a capacidade de operação do aeroporto Santos Dumont a 10 milhões de passageiros por ano para favorecer o aeroporto internacional Tom Jobim. Mas o governo do estado quer que esse número fique entre 6 e 8 milhões, de acordo com o Globo. Na tentativa de resolver essa polêmica, integrantes do governo do Estado do Rio e do município se reúnem, nesta terça-feira, 11. E no dia 24 está previsto um novo encontro, desta vez com representantes do Governo Federal.
O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, anunciou que vai limitar a capacidade de operação do Santos Dumont para 10 milhões de passageiros. Mas, a medida é contestada pelo governo do estado, que propõe limite de 6 a 8 milhões de pessoas.
“Nós vamos retomar o protagonismo do Galeão! Esse é um compromisso nosso demonstrado desde o início do Governo Lula. Cabe esclarecer que a Secretaria de Aviação Civil está elaborando estudos com possíveis soluções para ampliar o número de passageiros no aeroporto”, afirmou o ministro em suas redes sociais
França garantiu que vai apresentar outras soluções na reunião com o governador do estado, Cláudio Castro, e o prefeito, Eduardo Paes, marcada para o dia 24 deste mês. Também por meio de uma rede social, o prefeito do Rio disse que há riscos na “quantidade absurda” de voos que o Santos Dumont tem recebido.
“Acho o Santos Dumont um charme e de fácil acesso. Só tem um problema: não é um aeroporto internacional. E uma cidade como a nossa não pode prescindir de um aeroporto internacional com várias conexões internacionais. Já fizeram um monte de maldades contra o Rio. Não podemos permitir mais essa. Essa é uma disputa crucial para o Rio”.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, estendeu a polêmica em suas redes sociais.
“Não tem nada a ver com o Santos Dumont, que é um charme de aeroporto e super confortável. Mas tem ali um limite de segurança, e quanto mais voo a gente coloca aqui, mais voo internacional a gente perde no Galeão”.
ouça no podcast do Eu, Rio! a reportagem da Rádio Nacional sobre a negociação em torno do limite de operação do superlotado Santos Dumont e do ocioso Galeão.
O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, também se posicionou a favor de mudanças no fluxo de passageiros. Ele reforçou a importância do Galeão para o país.
“Ter mais malha aérea no Galeão recupera a economia do Rio de Janeiro e recupera o turismo brasileiro. Não é só para o Rio de Janeiro, não é um interesse só do prefeito ou do governador. É um interesse brasileiro”.
O episódio acontece pouco mais de um ano depois do anúncio de devolução da outorga do aeroporto internacional Tom Jobim pela concessionária RIOGaleão, subsidiária da Chengi, de Singapura, maior operadora de terminais aéreos do planeta. Entre os motivos alegados estão prejuízos causados pela pandemia. Com capacidade instalada de 27 milhões de passageiros por ano, o Galeão/Tom Jobim recebe perto de 6 milhões de usuários por ano.
Fonte: Agência Brasil e Radioagência Nacional