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Ex-moradores da favela da Oi voltam a ocupar a porta da prefeitura por atraso no aluguel social

Prefeitura promete regularizar pagamento de janeiro essa semana

Por Leonardo Pimenta em 30/01/2019 às 01:13:33

Foto: Leonardo Pimenta

Os ex-moradores da favela da Oi, no bairro do Engenho Novo, voltaram a ocupar, nesta terça (29), a porta da prefeitura do Rio. O motivo é o atraso do aluguel social, no valor de R$ 400 reais, que vem sendo pago há dois meses irregularmente. Segundo os moradores, o último aluguel pago, agora em janeiro, foi o referente a dezembro e, em virtude dos atrasos constantes, os donos das casas alugadas estão pedindo de volta os imóveis.  

O Secretário Municipal de Infraestrutura e Habitação, Sebastião Bruno, chegou a receber alguns moradores e prometeu efetuar os pagamentos até quinta-feira.

“O Secretário falou para gente que até quinta ia pagar o aluguel social, mas o de fevereiro ia ver quando ia pagar. Nós perguntamos se ele tinha um projeto para minha casa. Nós estamos, há 4 anos, no aluguel social. Eu tenho 4 filhos pequenos que não moram comigo, por ter que mudar de casa em casa. Eles estão com a minha sogra. Nós só queremos uma moradia”, disse Roberta Costa, ex-moradora da favela da Oi, após a reunião.

Os moradores comentaram ainda que, em 2014, foi prometido um imóvel do “Programa Minha Casa, Minha Vida” para cada um deles e que até hoje não foi entregue. Eles afirmam que outros moradores que foram removidos de outros locais recentemente já receberam o imóvel.

A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação (SMIH) disse em nota “que trabalha para regularizar o pagamento do Auxílio Habitacional Temporário e que a quitação vai ocorrer ainda essa semana. As 173 famílias que viviam no prédio da Oi recebem o auxílio habitacional e todas elas estão inscritas no “Programa Minha Casa, Minha Vida”. Para respeitar a territorialidade, a prefeitura está negociando com o Ministério do Desenvolvimento Regional um terreno na região”.

Desocupação da Favela da Telerj

No dia 11 de abril de 2014, cerca de 5000 pessoas foram expulsas de um terreno no Engenho Novo, que pertencia à Operadora Oi. Na época, a juíza Maria Aparecida Silveira de Abreu, da 6ª Vara Cível do Fórum Regional do Méier, concedeu uma liminar, para que a operadora retomasse o terreno. Na reintegração de posse do terreno, 40 oficiais de justiça e 1.600 policiais militares participaram da operação.                                                                                         

A Polícia Militar entrou no terreno de 50.000 metros quadrados, por volta de 5h da manhã, e entrou em confronto com os moradores do local. Os policiais relataram à corporação que foram recebidos pelos ocupantes com pedras e que, para se defenderem, revidaram com bombas de efeito moral, spray de pimenta e gás lacrimogêneo. Na ação, considerada a mais truculenta, um dos edifícios do terreno foi incendiado, dois carros da PM, três ônibus e dois caminhões foram queimados.

Após 4 dias da desocupação, 173 famílias que moravam nos prédios da Oi fizeram um protesto na Av. Presidente Vargas e passaram a ocupar a porta da prefeitura do Rio.

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, então, alojou essas famílias na Igreja Nossa Senhora do Loreto, sendo 187 atendidas, e cadastrou todas elas no “Minha Casa, Minha Vida”. Naquele ano, a Secretaria prometeu que, no terreno da antiga Oi, seria construído um conjunto habitacional do “Minha Casa, Minha Vida”, com cerca de 1.300 apartamentos e que, enquanto isso, as famílias receberiam o aluguel social.

No entanto, o terreno foi vendido a uma construtora, que construiu condomínios de luxo, e as famílias da Telerj aguardam até hoje seus imóveis.   

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