A atriz Ava Simões, Miss Trans Star Internacional 2019, Miss Brasil Gay 2009, é uma das protagonistas do espetáculo “Cama de gato”, que estará nesta quarta-feira (19), na Areninha Gilberto Gil, em Realengo, zona oeste do Rio e nesta sexta-feira (21), feriado de Tiradentes, no Parque de Madureira, zona norte da cidade. Escrito por Max Mendes e dirigido por Marcio Vieira, a peça conta uma história de amor, culminando na autoaceitação da travesti Lois Lane. Ava, que também é cirurgiã dentista, já fez participações em programas de TV, como “Amor e sexo” e em novelas como “Toma lá, dá cá”, da Rede Globo de Televisão. No Cinema, participou do curta-metragem “Meu preço”, de Fabrício Santiago, dirigido por Hsu Chien. Sua história também já foi contada no documentário “Minha Vida – Ava Simões”, dirigido por Marcone Felix.
“Estou honrada em emprestar meu corpo para essa grande mulher. Está sendo um desafio iniciar minha carreira no teatro falando de amor e das dores de uma mulher trans apaixonada. Em muitos momentos, dói ouvir o que a personagem escuta do seu amado e do mundo a sua volta. Eu escolho ser tão forte como Lois Lane é”.
Mike, Biel e Bruno são três garotos de programa, amigos, que moram num condomínio em Copacabana, vivendo de maneira luxuosa. A trama começa quando a chegada de uma misteriosa travesti, a Lois Lane, causa incômodo. Bruno e Biel são hostis e preconceituosos com a nova vizinha de andar, reservando apenas a Mike a receptividade. Aqui, a peça abre espaço para um debate mais amplo sobre transfobia. Homens que vivem à margem, teoricamente mais empáticos, rejeitam o convívio com uma travesti.
“A personagem Lois Lane, em um embate com o personagem Bruno diz: ‘Ame. Não tenha medo de amar. Eu estou pronta pra te amar. Queira me amar também.’ A proposta do espetáculo é enaltecer o amor. O amor ao outro. O amor ao semelhante dentro das suas diferenças. O amor ao ser humano. A dramaturgia humaniza figuras que vivem à margem, mostrando que todes amam. Um homem que vai além dos seus valores para cuidar da sua família; um jovem livre, mas que vive preso a um amor impossível; um homem que navega por mares turbulentos para encontrar seu amor-próprio; uma travesti que foi capaz de cometer uma loucura por amor e acaba descobrindo a poesia de sua vida”, explica Max.
Quebra de preconceito e construção de amizades também são temas do espetáculo, que esteve em cartaz em 2017, no Rio de janeiro, em duas temporadas: na Sala Municipal Baden Powell, em Copacabana e no Teatro João Caetano, na Praça Tiradentes, no Centro da cidade. Agora, apoiado no Fomento de Cultura Carioca (FOCA 2022), faz uma breve circulação, com apresentações, por bairros da cidade.
“Usar a arte como umas das ferramentas para popularizar é essencial no combate à LGBTfobia e até na garantia de novos espaços para pessoas da comunidade. Infelizmente a comunidade LGBTQIAPN+ está ainda muito submetida a subempregos, violência e preconceito. Fatores que muitas vezes podem levar à morte. E isso também se deve ao fato de muitas vezes não falarmos Ver o ‘crime’ é só comentar com alguém próximo: ‘nossa que crueldade’ ou ‘chega disso’ e não agir de verdade. Não falar também é um preconceito. Então vamos popularizar o assunto, jogar esse tema ainda tão discriminado na rua”, conclui Márcio Vieira.
Ficha Técnica
Texto: Max Mendes
Direção: Marcio Vieira
Produção executiva: Cleber Sillva
Elenco: Ava Simões Gabriel Chadan Hugo Ferreira Adan Lee Phill Henrique Fraga Daniel Martins Wallace de Castro
Figurino: Gebran Smera
Música original “abertura”: Cacá Werneck
Sonoplastia: Gabriel Chadan
Assistente de direção de movimento: Anderson Peter
Iluminação: Welton de Abreu
Cenário: Criação Coletiva
Design gráfico: Gabi Ferreira
Realização: Marias Produções Artísticas
Serviço:
Ingresso: gratuito
19/4, às 19:30 - Areninha Carioca Gilberto Gil – Av Mal Fontenelle, 5000 - Realengo
21/4, às 17:30 e às 19:30- Arena Carioca Fernando Torres - Parque de Madureira