O Supremo Tribunal Federal (STF) liberou nesta sexta-feira (01) o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) de continuar investigando o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), ao contrário do que tinha sido solicitado anteriormente pelo filho do presidente Jair Bolsonaro. O ministro Marco Aurélio Mello arquivou o pedido, possibilitando assim que as investigações criminais sobre as movimentações financeiras atípicas sejam retomadas.
Ele entende que Flávio não possui foro privilegiado para este caso, logo pode ser investigado. "Neste processo, a leitura da inicial revela que o reclamante desempenhava, à época dos fatos narrados, o cargo de deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, tendo sido diplomado Senador da República no último dia 18 de dezembro. A situação jurídica não se enquadra na Constituição Federal em termos de competência do Supremo", disse.
A decisão contraria a determinação de outro ministro do STF, Luiz Fux, que no último dia 17 de janeiro havia pedido a suspensão da investigação. Dessa forma o MPRJ poderá seguir as investigações sobre como o ex-motorista e assessor parlamentar do filho de Bolsonaro, Fabrício Queiroz, movimentou cerca de R$ 1,2 milhão de reais entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.
Essa investigação faz parte da Operação Furna da Onça, desdobramento da Lava Jato responsável por prender dez deputados estaduais. Além de Queiroz, outros 73 servidores e ex-servidores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) são investigados por movimentações suspeitas em suas contas.