O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) obteve, na quinta-feira (04/04), o recebimento da denúncia contra oito pessoas pelo homicídio culposo de Raquel Antunes da Silva, de 11 anos, no setor de dispersão do Sambódromo, durante desfile da série ouro no Carnaval de 2022. Na ocasião, Raquel foi imprensada entre um poste e um carro alegórico da escola Em Cima da Hora e chegou a perder a perna direita em uma cirurgia complexa, mas acabou morrendo. Oferecida pela 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial da Área Centro e Zona Portuária, a denúncia foi recebida pela 29ª Vara Criminal da Capital.
De acordo com a decisão, há indícios de materialidade e autoria suficientes a autorizar o início da ação penal. Com isso, os oito denunciados passam a ser réus no processo. São eles: o presidente administrativo da escola Em Cima da Hora, Flavio Azevedo da Silva; o presidente da LIGA-RJ, Wallace Alves Palhares; o diretor da LIGA-RJ, Cícero Cristiano André; o engenheiro civil Daniel Oliveira Junior; o coordenador de dispersão José Crispim da Silva Neto; o motorista do caminhão reboque Carlos Eduardo Cruz; o auxiliar de dispersão Rodney Dionizio Melo; e a integrante da LIGA-RJ Carla Ardelino.
Segundo as investigações, os réus praticaram condutas que, isolada ou conjuntamente, por imperícia, negligência ou imprudência, resultaram na morte de Rachel da Silva. Ela estava em cima da alegoria e foi imprensada no momento em que o carro alegórico abre-alas da escola de samba Em Cima da Hora se chocou em um poste. A denúncia descreve as condutas de cada um dos denunciados que acabaram por criar e incrementar o risco do trágico acontecimento.