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Cinco em cada seis crianças de 3 a 4 anos não tomaram duas doses da vacina contra a Covid-19

Nessa faixa etária, apenas 38,5 mil tomaram a terceira dose; falta completar reforço em 5,9 milhões de meninos e meninas

Por Portal Eu, Rio! em 09/05/2023 às 08:36:07

Número de crianças de 3 a 4 anos com doses de reforço triplicou desde novembro, mas falta imunizar seis milhões contra a Covid-19. Foto: Prefeitura de Quissamã (RJ)

Em novembro de 2022, quatro meses após a aprovação do uso emergencial da Coronavac em crianças de 3 e 4 anos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), 5,5% da população brasileira nessa faixa etária tinham recebido as duas doses da vacina. Dados de abril de 2023 apontam que conseguimos triplicar essa marca, porém com 16% da população dessa faixa etária de 3 e 4 anos vacinados com as duas doses, ainda temos um logo caminho a percorrer.

Dados do Vacinômetro Covid-19 (Ministério da Saúde) levantados pelo Observa Infância (Fiocruz/Unifase) em 28 de abril de 2023 mostram que 1.787.613 crianças de 3 e 4 anos tomaram a primeira dose da vacina contra a Covid-19, enquanto 926.376 tomaram as duas doses do imunizante.

O Ministério da Saúde passou a recomendar, em fevereiro de 2023, uma dose de reforço para as crianças entre 3 e 4 anos que iniciaram a vacinação contra a covid-19 com a CoronaVac. A administração deve ocorrer no mínimo quatro meses após a segunda dose do esquema primário, preferencialmente com a vacina Pfizer. Dados do Vacinômetro mostram que apenas 38.510 crianças nessa faixa etária tomaram a terceira dose. No total, cerca de 5,9 milhões de crianças nessa faixa etária moram no Brasil e devem receber as duas doses mais a dose de reforço da vacina.

“O atraso na vacinação infantil contra a Covid-19 é preocupante, uma vez que, até junho de 2022, o Brasil registrava uma média de 2 mortes diárias por Covid-19 entre crianças menores de 5 anos. Desde a aprovação da Pfizer pediátrica pela Anvisa, em 16 de setembro, 26 crianças menores de 5 anos já morreram em decorrência da doença, o equivalente a dois óbitos a cada três dias”, afirma a coordenadora do Observa Infância, Patricia Boccolini.

O levantamento é do VAX*SIM, estudo que cruza grandes bases de dados para investigar o papel das mídias sociais, do Programa Bolsa-Família e do acesso à Atenção Primária em Saúde na cobertura vacinal em crianças menores de cinco anos. A pesquisa é coordenada pelo Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), iniciativa conjunta da Fiocruz e do Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto (Unifase).

Observa Infância une institutos de pesquisa de ponta para ampliar acesso a informação

O Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância) é uma iniciativa de divulgação científica para levar ao conhecimento da sociedade dados e informações sobre a saúde de crianças de até 5 anos. O objetivo é ampliar o acesso à informação qualificada e facilitar a compreensão sobre dados obtidos junto a sistemas de informação nacionais.

As evidências científicas trabalhadas são resultado de investigações desenvolvidas pelos pesquisadores Patricia e Cristiano Boccolini no âmbito do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP), do Centro Arthur de Sá Earp Neto (Unifase), com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação Bill e Melinda Gates.

Fonte: Agência Fiocruz de Notícias

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