O embaixador da Venezuela no Iraque, Jonathan Velasco, anunciou neste sábado (02/02) que reconhece Juan Guaidó presidente do parlamento venezuelano como presidente interino de seu país. O anuncio foi feito em uma rede social. Segundo Jonathan Velasco, o governo de Maduro violou a constituição do país e ultrapassou o limite entre ser um funcionário do estado e cúmplice de um governo usurpador.
“O senhor presidente Guaidó, o senhor está do lado certo da história, do povo e da Constituição. Por isso, nos colocamos a serviço do Estado que o senhor constitucionalmente representa e dirige. Apoiar o presidente da Assembleia Nacional é nossa obrigação, dever e responsabilidade constitucional. O engenheiro Juan Guaidó tem o direito e o dever constitucional de assumir a Presidência da República”, afirmou Velasco em uma live, em uma rede social.
Na manhã de sábado, o general de divisão e diretor de Planejamento Estratégico da força aérea venezuelana, Francisco Esteban Yánez Rodríguez, disse, em um vídeo divulgado em uma rede social, que também não reconhecia mais Maduro como presidente e que os militares apoiariam Guaidó.
No mês passado, 27 militares integrantes da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) já se haviam colocado contra o governo de Maduro em um bairro de Caracas. O grupo de militares rebeldes fez um vídeo pedindo que a população não reconhecesse o governo. Os militares ainda roubaram armas de guerra, sequestraram outros quatro agentes e se encaminharam para a sede do comando da GNB. O grupo, quando entrou no quartel de comando da GNB, foi detido pela segurança do local que apreendeu as armas roubadas e os telefones celulares dos rebeldes. Nos telefones, foram identificadas chamadas suspeitas feitas durante o levante.
A divisão no governo venezuelano vem se intensificando após o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se declarar presidente interino e aprovar um decreto-lei para oferecer anistia a todos os funcionários civis e militares que não reconheçam Maduro.
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chegou a acusar essa semana os militares de desertores e “mercenários” e de estarem conspirando contra o país, a partir da Colômbia, e dividir o exército venezuelano.
“Um grupo de militares desertores, que se tornaram mercenários ao serviço da oligarquia colombiana, conspira a partir da Colômbia para dividir as forças armadas. E onde aparecer um traidor, justiça!”, disse Nicolás Maduro, quando fazia uma marcha com 2.500 militares.
A Força Aérea Venezuelana deu a seguinte nota sobre a declaração do General Francisco Esteban Yánez Rodríguez:
"Nós, das Forças Armadas, não toleramos tais ações. A Força Aérea Venezuelana permanece fiel ao nosso presidente e nós prevaleceremos apesar de tais traidores", disse o exército na nota divulgada no Twitter.