A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) vem realizando parcerias com vários órgãos do governo estadual desde 2022, com excelentes resultados. Uma delas, o Programa Empoderadas, que oferece técnicas de enfrentamento à violência contra a mulher com base na modalidade esportiva do jiu-jitsu, vem devolvendo a autoestima e a autoconfiança a um grande número de vítimas do gênero feminino.
Idealizado pela especialista em segurança feminina e atleta de MMA, Erica Paes, o Empoderadas é um projeto de descentralização orçamentária firmado com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (Sedsodh). Mais de 100 mil mulheres já foram atendidas em cerca de 50 polos, espalhados por 24 cidades das regiões Metropolitana, Serrana, Baixada Litorânea, Norte, Noroeste e Centro-sul Fluminense, Médio Paraíba e Costa Verde.
“Nossa metodologia é baseada na prevenção, com profissionais preparados para a escuta ativa e acolhimento de mulheres vítimas de violência. A partir da inserção no programa, a mulher tem acesso a uma rede multidisciplinar de acolhimento, cujo objetivo é apoiar em todas as esferas, seja social, jurídica ou psicológica”, afirma Erica Paes.
De acordo com a coordenadora do programa na Uerj, Glória Ramos, essa é uma pauta emergente, que permite o fortalecimento da Uerj enquanto instituição que se pretende inclusiva, democrática e de excelência. “Quando a mulher é abordada na rua em situação de risco e de perigo, ela sabe se esquivar daquela situação. Muitas mulheres saem muito cedo para trabalhar e voltam tarde do trabalho, elas se sentem mais seguras”, declara a professora, que vem atuando na revisão do levantamento dos protocolos utilizados nos locais de atendimento às vítimas de violência, como também no desenvolvimento do debate acadêmico sobre o respectivo tema.
Além do acolhimento e da prevenção, o Empoderadas também oferece cursos profissionalizantes, rodas de conversas e assessoria legal. O objetivo é proporcionar às mulheres as ferramentas necessárias para que possam conquistar a independência financeira. O programa prevê ainda eventos diversos, como o “Empoderadas no Game”, direcionado para revelar talentos femininos em competições de jogos eletrônicos, que ocupou o Ginásio Esportivo do campus Maracanã da Uerj, em dezembro do ano passado.
Com essas ações, a Uerj vem cumprir com sua missão de inclusão social, fomentando o diálogo entre academia e sociedade, contribuindo para a solução de problemas e o bem estar da comunidade. “Esses projetos de extensão nos ajudam a nos revermos como universidade, pois trata-se de uma via de mão-dupla. Quando o nome da Uerj surge as pessoas dizem “estou na Uerj”. E está com a Uerj, aprendendo e nos ensinando, porque a Uerj também aprende em bocado com eles”, conclui Glória Ramos.