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Jornalistas do Jornal do Brasil entram em estado de greve

Profissionais alegam atraso de dois meses de salário. Vice-Presidente Menezes Côrtes comentou o episódio

Por Gabriel Gontijo em 06/02/2019 às 11:42:56

Foto: Reprodução/WhatsApp

Prestes a completar seu primeiro ano desde que voltou a circular em edição impressa, o Jornal do Brasil enfrenta sua primeira crise desde a retomada. Circula em grupos de WhatsApp uma foto de uma carta entregue ao Vice-Presidente Editorial do JB, Gilberto Menezes Côrtes, sobre o estado de greve criado pelos jornalistas do veículo por causa do não pagamento dos salários de dezembro e janeiro, além do não cumprimento da Convenção Coletiva de 2018. Em contato feito pelo "Portal Eu, Rio!", uma fonte do Sindicato dos Jornalistas confirmou a veracidade do documento, mas alegou que o vazamento teria partido de dentro do jornal.

"Esse documento foi entregue diretamente para duas pessoas da direção do JB. Foi dado em mãos. Então se isso tem circulado, não foi daqui do sindicato que vazou, mas de alguém do próprio jornal. Em relação ao que está escrito na carta, é verdade. Os jornalistas não receberam os salários de dezembro e janeiro. O movimento partiu dos próprios profissionais do veículo. O sindicato tem acompanhado frequentemente e está em constante contato tanto com a direção como os jornalistas para ver qual a melhor forma de solucionar isso", afirmou uma pessoa do sindicato com exclusividade ao "Portal Eu, Rio!".

Ainda de acordo com a fonte, a direção do Jornal do Brasil prometeu pagar 25% do salário de dezembro até o final dessa semana. Segundo o documento, caso os salários atrasados não fossem pagos até o dia 18 de fevereiro (terça-feira), os jornalistas cumprirão uma paralisação de 12 horas. Em condições de anonimato, alguns jornalistas confirmaram a situação e ainda alegaram que há colunistas que não receberam um único centavo desde que o periódico voltou a ser vendido nas bancas.

O "Portal Eu, Rio!" tentou contato com Gilberto Menezes Côrtes, mas ele não estava no jornal durante a primeira tentativa de contato e o celular do profissional se encontrava fora de área. Por causa dessa dificuldade, uma mensagem de WhatsApp foi enviada ao vice-presidente a respeito das reclamações. Após visualizar, Côrtes passou a desligar as chamadas e depois limitou-se a dizer através do próprio aplicativo que não vai "fazer declaração a respeito". Porém, alguns minutos depois da negativa em responder os questionamentos ele resolveu comentar sobre a situação:

"A decisão de pagar 25% foi decidida pela manhã do dia 5 (última quarta-feira) e comunicada à redação às 15 horas, pelo presidente do JB. Na ocasião, ninguém fez menção à assembleia no Sindicato. Soubemos apenas, após às 18 horas, por comunicado entregue por representante do Sindicato, que ocorrera assembleia com presença de oito funcionários do jornal. Não foi causa e efeito", declarou Côrtes.

Ele também respondeu o questionamento sobre os colunistas não receberem nada desde que o jornal voltou a ser impresso. Segundo o vice-presidente, "os colunistas são colaboradores voluntários, com o objetivo de ampliar a pluralidade de opiniões na imprensa carioca e brasileira. Como é comum no mundo inteiro e nas pessoas que têm artigos publicados nas páginas de opinião", declarou.

Confira a carta na íntegra abaixo:

"Prezado Senhor, 

Os jornalistas do Jornal do Brasil, reunidos nesta data em assembleia na sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do rio de Janeiro, deliberaram iniciar o Estado de Greve, tendo em vista o atraso do pagamento dos salários dos meses de dezembro de 2018 e janeiro de 2019 e o não cumprimento da Convenção Coletiva 2019, celebrada entre este Sindicato e o Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Município do Rio de Janeiro.

Na mencionada assembleia ficou decidido ainda que os trabalhadores aguardarão até o próximo dia 11 de fevereiro, às 18 horas, o pagamento integral dos salários atrasados e o cumprimento da Convenção Coletiva 2018. Caso a empresa não cumpra as deliberações da assembleia, os jornalistas irão realizar uma paralisação de 12 horas.

Na expectativa de que essas decisões possam ser encaminhadas da melhor forma possível, atendendo aos interesses, tanto dos jornalistas, quanto da empresa que nela trabalham, colocamo-nos às disposição para quaisquer tratativas que se fizerem necessárias".

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